A
direita conservadora do país está diante de um dilema. O que fazer com o
ex-presidente Lula? Prisão? Cassar os direitos políticos? Haverá provas de sua
culpabilidade? Seja qual for a alternativa, resta uma certeza: os responsáveis
pelo afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República estão
preocupados. Por uma razão muito simples. O país vai muito mal na política e na
economia. Por outro lado, o ex-presidente Lula cresce cada vez mais nas
pesquisas de intenções de votos. A despeito do massacre midiático diário a que
está submetido, há mais de dois anos.
A
julgar pela repercussão nas redes sociais, na imprensa internacional e nas
conversas de feiras, o depoimento do ex-presidente ao juiz Sérgio Moro
reacendeu a chama que mantém a pré-candidatura de Lula como farol das forças
democráticas, populares e progressistas do país.
A
escassez de provas concretas e cabais contra Lula tornam as chances de
condenação e consequente prisão do líder petista praticamente nulas. Por isso
mesmo, o ex-presidente avança no espectro eleitoral.
Resta
à retrógrada direita apostar na cassação dos direitos políticos de Lula
evitando, assim, que este seja candidato a presidente em 2018. Seria esta uma
opção arriscada, mas não impossível para os patrocinadores do impeachment sem
crime de responsabilidade.
Esta
possibilidade, contudo, não parece capaz de oferecer segurança à elite e seus
satélites partidários – PSDB, PMDB e DEM. Por uma razão muito singela: seus
candidatos prediletos Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra têm pífio
desempenho junto ao eleitorado. Não por acaso, João Dória e Luciano Huck são
postos como alternativas por parte da grande mídia.
Com
Lula fora da disputa, os candidatos poderiam crescer é verdade. Contudo, ainda
que Lula tenha os direitos políticos cassados, este não perde a condição de
atuar politicamente em favor de um candidato. Para quem elegeu a ex-presidenta
Dilma Rousseff por duas vezes não parece ser algo tão complexo conquistar mais
uma vitória eleitoral. E quais seriam os nomes mais competitivos na esquerda?
Ciro Gomes (PDT), Flávio Dino (PCdoB) e Fernando Haddad (PT). Destes, apenas o
governador do Maranhão abdicou da condição de pré-candidato. Ciro tenta
viabilizar-se e Haddad aguarda convocação do PT.
A
hipótese cada vez mais provável de que Lula seja inocentado seria o golpe de
misericórdia nas pretensões dos conservadores. Isto é mensurado constantemente
por pesquisas. Estas apontam que a população brasileira está com a memória
muito viva. Não por acaso, políticos que apoiaram o impeachment tem sido alvo
de apupos pelo país.
Todos
concordam que o Brasil precisa se reencontrar, reinventar, especialmente no
campo político. Lula em certa medida representa o período da redução das
desigualdades, geração de emprego e investimento em políticas públicas.
Comportamentos
exemplares como de alunos que relatam aos pais notas baixas, mau comportamento
na escola, deveriam ser seguidos por investigadores que insistem em conduzir
seletivamente investigações. Enquanto, isso sua excelência o povo toma partido
do Brasil de verdade.
Robson Paz é radialista, jornalista. Secretário adjunto
de Comunicação Social e diretor-geral da Nova 1290 Timbira AM.
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