Dois
episódios recentes mostram como serão tristes os próximos meses para
Luis Fernando que, durante todo o ano de 2013 teve todo o aparato do
estado trabalhando para “viabilizá-lo” e chegar aos 25% de intenções de
voto, mas que não ultrapassa 18% nas intenções de voto estaduais.
No
primeiro episódio, o deputado Arnaldo Melo deixou o governo se
desmoralizar na votação do orçamento até a véspera do Natal, para só
então “mostrar força” e provar que o Palácio dos Leões não tem maioria
para nada na Assembléia Legislativa.
No
segundo episódio, e mais curioso, o secretário da Casa Civil, João
Abreu, passou os últimos dias telefonando para lideranças municipais
informando que Luís Fernando está fora do jogo, e que ele – João Abreu –
vai tentar se viabilizar para a suposta eleição indireta na Assembléia.
O cerco à pré-candidatura de Luís Fernando vem se fechando já há algum tempo.
Há
cerca de 2 meses, a mídia ligada ao grupo Sarney anunciou, com grande
estardalhaço, que a candidatura de Luis Fernando ao governo do Estado
seria lançada em um gigantesco Ato Político em Coroatá. Contudo, apesar
de programado para um sábado, os ministros Lobão e Gastão Vieira, o
deputado Sarney Filho e outras importantes lideranças do grupo alegaram
não poderem comparecer, por terem outros compromissos. Como não convinha
uma fotografia só com os desgastados irmãos Murad, o evento foi
cancelado e nunca foi remarcado.
Desse
fracasso em diante, o que era ruim só piorou. Em janeiro de 2013, os
estrategistas da oligarquia decidiram que Luís Fernando só seria
candidato se atingisse 25% nas pesquisas no fim deste ano.
De
lá para cá, o esforço de propaganda que vem sendo feito desde 2011 só
aumentou. Luis Fernando virou o “governador de fato”, dispondo de uma
fantástica máquina de promoção pessoal, de aviões e helicópteros, de
convênios para comprar aliados, de “governos itinerantes”. Ainda assim,
os tais 25% ficaram bem distantes. Mesmo nas pesquisas contratadas pelo
grupo Sarney, Luís Fernando não chega nem a 18%, com pontuações muito
baixas inclusive em cidades importantes como São Luís (onde está em
terceiro lugar), Imperatriz, Pinheiro e Caxias.
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João Abreu |
O
fato é que Luís Fernando não se viabilizou. É um candidato insosso, sem
charme e carisma, com um discurso chato em que só sabe falar de sua
atuação na cidade de São José de Ribamar. Seus eventos no interior do
Estado são esvaziados, sem entusiasmo, mal enchem uma pequena tenda –
normalmente com pessoas que exercem cargos no governo do Estado.
Além
disso, Luís Fernando tem na testa a terrível marca de Jorge Murad, que
inventou essa candidatura, na tentativa de colocar um amigo íntimo no
lugar da esposa. Quem não lembra que Jorge Murad vivia organizando
eventos supostamente culturais em Ribamar, quando Luís Fernando era o
prefeito?
Chegamos, assim, à ultima
semana do ano com um consenso formado no grupo Sarney: Luís Fernando
está fora da disputa de 2014. Entretanto, a oligarquia será obrigada a
manter o seu nome até março, enquanto não acham uma saída minimamente
competitiva.
E desta forma, Luís
Fernando ficará exposto ao rigor desse inverno de sabotagens e boicotes
até março, a não ser que resolva desistir antes.
Enquanto isso, o senador Sarney está em dúvida entre algumas opções:
1 – Tentar um novo “nome técnico”, cenário em que João Abreu – que está na fila há muito tempo – seria a opção mais forte.
2
– Tentar um nome com força na “classe política”, cenário em que João
Alberto, Edison Lobão e Arnaldo Melo hoje são os mais fortes.
O papel de Eliziane Gama
Em
paralelo, o grupo Sarney continua a incentivar abertamente a
candidatura de Eliziane Gama, que eles consideram confiável e possível
de ser cooptada. Nota na coluna do jornalista Cláudio Humberto, nesta
semana, registrou o quando o velho cacique está fascinado com a
deputada, ao ponto de passar a apostar fichas na candidatura de
Eliziane, diante do fracasso do seu próprio grupo. Resta saber se
Eliziane Gama, com fortes ligações com a oposição e com movimentos
sociais, vai aceitar o canto das sereias da oligarquia e inviabilizar o
seu futuro político com essa mancha.
E o PT? Como fica?
Compondo
a via crucis do senador Sarney e de Luís Fernando, em nível nacional só
aumentam as dificuldades com o PT, principalmente depois de um
desastrado piti que Roseana deu no velho e respeitado dirigente Rui
Falcão, presidente nacional do PT, que já contou para dezenas de pessoas
o triste comportamento coronelista da filha do coronel Sarney.
Para
completar o quadro, o governo do Estado vive uma devastadora crise na
segurança pública e no sistema penitenciário, atualmente monitorada pelo
Conselho Nacional de Justiça, pela Procuradoria Geral da República e
pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Em Brasília, a cada
matéria no Jornal Nacional, fala-se que uma intervenção federal no
Maranhão é iminente e inevitável.
Esse
é o cenário político do início de 2014 no Maranhão, em que Flávio Dino
mantém uma liderança tranquila e consolidada em todas as pesquisas
feitas nos últimos meses.
Raimundo Garrone