A história da disputa política do Maranhão sempre teve de um lado o
grupo Sarney, poderosíssimo - com forte estrutura espalhada pelo
interior do Maranhão – e do outro a oposição, sempre batendo cabeça
sobre quem escolher para enfrentar o candidato sarneysista.
Na história da oposição iniciada por João Castelo (PSDB), Epitácio
Cafeteira (PTB), Jackson Lago (PDT) e o antigo PT, a esperança eram os
ocasionais rachas no grupo – como ocorreu com Roberto Rocha (PSDB),
Clodomir Paz (PDT), e o mais traumático deles, de José Reinaldo (PSB).
Estes rachas animavam a disputa de poder, quase sempre desigual.
Mas, na soma dos interesses pessoais arraigados na história dos
líderes partidários , esta oposição acabava rachando em várias partes,
contribuindo para a própria derrota.
Este é mais um paradigma que começa a ser quebrado na preparação para as eleições de 2014.
Hoje, é a oposição quem tem projeto próprio, definido por ela mesma,
independentemente do que faça ou deixe de fazer o grupo Sarney.
O que se vê hoje no Maranhão é uma oposição consolidada, unida e com
projeto de poder definido – com um candidato a governador já escolhido e
que está em campanha desde 2010.
Candidato este fortalecido com o apoio de grandes centros eleitorais, como São Luís, Caixas, Timon e Santa Inês.
Por outro lado, é o grupo Sarney quem ainda bate-cabeça sobre o candidato que enfrentará a oposição.
E, curiosamente, como a oposição do passado, é o grupo hegemônico
quem parece esperar um racha oposicionista para poder se viablizar – a
exemplo da expectativa em torno de Holanda Júnior (PTC), eleito
prefeito em São Luís.
Com o ministro Edison Lobão (PMDB) doente e praticamente fora do
páreo, o grupo hoje liderado pela governadora Roseana Sarney (PMDB) tem
como melhor opção o chefe da Casa Civil, Luís Fernando Silva.
Mas Roseana também demonstra forte apatia política, desinteressada
das questões eleitorais e pouco afeita aos debates partidários.
Luís Fernando batalha sozinho, com grandes avanços e sucesso
considerável na reunião de aliados em torno de si. Mas agora já se
percebe a desunião, antes característica da oposição, hoje marcar o
período pré-eleitoral dos sarneysistas.
São sinais da pré-campanha de 2014, que já começou, embora alguns resistam em não aceitar.
E a recusa em ver o óbvio também colabora para a quebra de paradigmas…
Marco Deça