Os resultados positivos
apresentados pelo Terminal de Grãos (Tegram), do Porto do Itaqui, em seu
primeiro ano de funcionamento possibilitaram a antecipação da segunda fase de
expansão, que receberá investimentos de R$ 130 milhões. O governador Flávio
Dino recebeu integrantes do Consórcio Tegram-Itaqui nesta quinta-feira (25), no
Palácio dos Leões, para oficializar a abertura das operações. Com a obra, que
tem início previsto para o segundo semestre de 2016, a capacidade de escoamento
produtivo do Porto será duplicada: passará de cinco milhões para 10 milhões de
toneladas.
De acordo com o governador
Flávio Dino, os avanços em infraestrutura e escoamento produtivo deram ao Porto
do Itaqui posição de destaque no cenário nacional, o que será intensificado com
a segunda fase das obras do Tegram. “O Porto do Itaqui é um grande porto
brasileiro – o 5º maior em movimentação de cargas. Acreditamos que esse passo
vai nos ajudar para que o nosso porto seja de modo definitivo o Porto do
Matopiba [Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia], dessa região tão promissora para
o Maranhão e para o mundo”, declarou o governador.
Os recursos do Consórcio
Tegram-Itaqui serão aplicados na infraestrutura de operação para mais um berço
de atracação, com mais um ship-loader e na ativação de nova linha, que
permitirá dobrar a capacidade da moega ferroviária, passando a descarregar
quatro mil toneladas de grãos – como soja, milho e farelo de soja – por hora.
“Este é mais um marco importante
para o Porto do Itaqui, mais uma notícia positiva, principalmente, dentro do
cenário adverso que o Brasil está vivendo. Este é um processo que ia ser
iniciado daqui a dois ou três anos, mas foi adiantado, e estamos muito ansiosos
para que possa trazer frutos para o Maranhão”, disse o presidente da Empresa
Maranhense de Administração Portuária (Emap), Ted Lago.
De acordo com o presidente do
Consórcio Tegram, Luiz Cláudio Santos, a movimentação surpreendente e crescente
da produção pelo Porto do Itaqui permitiu o adiantamento da nova fase do
Terminal de Grãos, a partir da construção de um novo berço.
“Com o crescimento das
movimentações no ano passado e a previsão para este ano, estamos antecipando as
obras da segunda fase para que a construção seja feita ao longo de 2016 e 2017
e inicie a operação em 2018. Atingimos números que eram previstos para
acontecer em mais tempo. Temos uma espécie de gatilho com a Emap, à medida que
se alcançasse 4,5 milhões de toneladas, já seria possível a movimentação para
investimento na segunda fase para conseguir o aumento da exportação”, afirmou
Luiz Cláudio Santos.
Ele explicou, ainda, que uma
série de fatores influenciou para a antecipação das obras da segunda fase do
Tegram, que estavam previstas para acontecer somente em 2018. De acordo com o
presidente, a administração da EMAP e do Consórcio que administra o Tegram,
atreladas a descentralização do escoamento do eixo Sul-Sudeste e a situação
crescente de produção do Brasil fez “a gente constatar a necessidade que tinha
na infraestrutura e que ela precisa ser ampliada antecipadamente”.
Capacidade
dobrada
O presidente da Emap explicou
que as projeções preveem que a capacidade de escoamento da safra anual dobre e
alcance mercados estratégicos, como Europa e Ásia. “No ano passado, o Tegram
movimentou 3,4 milhões de toneladas e a expectativa para este ano são cinco
milhões de toneladas. A segunda fase elevará essa capacidade para mais de 10
milhões de toneladas, o que permite o escoamento de toda a produção da região
do Matopiba e do Mato Grosso e aumenta cada vez mais a importância e a
influência do Porto do Itaqui”, comentou Ted Lago.
O Tegram está integrado à
infraestrutura do Porto do Itaqui para recepção de grãos com o compartilhamento
dos berços 103 e 100, na primeira e segunda fases, respectivamente.
O consórcio é formado pelas
empresas Nova Agri, Glencore, CGG Trading, Amaggi e Louis Dreyfus Commodities.
Conta com modais ferroviários e rodoviários para receber a produção de grãos e
tem a perspectiva de equilibrar o escoamento dos grãos, em relação à logística
atual centralizada nos portos do Sul-Sudeste.
Com quatro armazéns, o terminal
tem capacidade de armazenagem estática de 500 mil toneladas de grãos (125 mil
toneladas cada) e capacidade de movimentação de cinco milhões de toneladas ao
ano.