Os
últimos acontecimentos que balançaram o país e levaram às ruas milhares
de pessoas para protestar contra o Governo Dilma Rousseff e posse de do
ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva como ministro Chefe da Casa
Civil, após a divulgação das escutas telefônicas gravadas pela Polícia
Federal, interpretadas pela oposição como suposta tentativa de
interferência da investigação que apura escândalos de corrupção no país,
teve forte repercussão nesta manhã de quinta-feira no plenário da
Assembleia Legislativa do Estado.
Primeiro orador a subir na tribuna para
tratar do vazamento do diálogo entre a presidente Dilma e o
ex-presidente e agora ministro afastado por ordens da Justiça, Raimundo
Cutrim (PCdoB) advertiu que estamos vivendo uma situação gravíssima no
país, assim como uma instabilidade jurídica. Segundo o parlamentar,
“hoje quem manda no país é o Poder Judiciário, pois o Legislativo e o
Executivo praticamente não existem e isto é muito grave para a
democracia”.
Cutrim, que foi secretário de Segurança
do Estado, disse que o juiz Moro está fazendo um excelente trabalho de
investigação, juntamente com o Ministério Público e a Polícia Federal,
mas o que foi feito com a presidente Dilma poderá criar uma
instabilidade política muito grande para o Brasil. “Ali é a fala da
presidente da República, que não é a Dilma, é a representante máxima do
país. Ali está expondo é o país a desmoralização nacional e
internacional”, observou o parlamentar comunista.
Para a deputada Francisca Primo (PT) a
divulgação do grampo com o diálogo entre a presidente e Lula trata-se de
um “absurdo”. “Eu acho que nós estamos muito vulneráveis nesse momento,
acho que tem que ser tomada alguma decisão”, pontou a parlamentar.
Na avaliação do deputado Othelino Neto
(PCdoB) “isso que está acontecendo no Brasil é muito sério e nós não
sabemos quais são as implicações, quais serão os resultados depois de
todas essas intervenções e de todos esses excessos cometidos não só por
políticos da Oposição, mas os políticos estão cumprindo aí um papel de
Oposição, mas em especial pelo juiz Sergio Moro, que extrapola suas
funções de juiz a ponto de rasgar a Constituição Federal do Brasil”.
“Uma das principais críticas que fiz,
faço e repito foi sobre as alianças excessivamente a direita que o
Governo, os governos Lula e Dilma fizeram. E talvez hoje muitos dos
problemas que enfrentam são por contas dessas alianças. Os aliados de
outrora, tão prestigiados, são os algozes hoje do Governo da Presidente
Dilma. Mas nem isso, nem essas críticas me fazem ficar calado ou
concordar com o que está acontecendo em nosso país”, enfatizou Othelino.
Na mesma linha se manifestou o deputo
Rafael Leitoa (PDT). O parlamentar disse que quando o áudio chegou até
ele pensou que fosse uma imitação ou coisa desse tipo, “porque na
verdade um áudio daquele ser vazado da forma que foi, a gente começa a
desconfiar de todo esse processo da Operação Lava Jato no que diz
respeito ao presidente Lula. Primeiro porque ninguém aqui está fazendo a
defesa institucional do Partido dos Trabalhadores ou de que a operação
não aconteça, muito pelo contrário, aqui estamos fazendo a defesa dos
preceitos constitucionais e que regem o estado democrático de direito. O
juiz Sérgio Moro ontem (16.03) extrapolou todos os limites legais e
constitucionais, que ele tem limite”.
Já o deputado José Inácio (PT) considera
que chegamos a um limite e que estamos à beira de sepultar a
Constituição Federal, o Estado Democrático de Direito. Em sua
interpretação, o vale tudo prevalece quando há um total desrespeito às
Leis. “Chamei a atenção do exagero que foi a condução coercitiva, na
sexta-feira passada, à véspera de um grande ato de manifestação contra o
governo da presidenta Dilma, contra o presidente Lula. Ou seja, para
que a Rede Globo, os meios de comunicação do país usassem aquilo como
fator motivador para as pessoas irem à rua no dia 13. E o Ministério
Público de São Paulo se serviu a isso”, observou.
Jorge Vieira
Nenhum comentário:
Postar um comentário