Sarney
reinou absoluto nos dois governos de Lula e na primeira gestão de Dilma
Roussef. Indicou aliados para postos estratégicos no governo. Lobão,
seu indicado para o Ministério de Minas e Energia, é acusado de se
beneficiar do esquema de corrupção na Petrobras. A filha, Roseana,
também está enrolada na Lava Jato.
O beijo da traição |
Como ave agourenta, Sarney sai das
trevas e murmura com seus pares de ‘golpe’: “Acabou”, referindo-se ao governo
Dilma. Foi o que revelou, nesta quinta-feira (10), o Jornal do Brasil.
“Acabou (o governo). É como Café Filho,
Getúlio e Collor”, disse Sarney num encontro com senadores da legenda, que se
reúne oficialmente no sábado (12), para a eleição da Executiva Nacional e para
deliberar sobre o posicionamento do PMDB na votação do processo de impeachment.
Para mim, nenhuma surpresa com a
declaração do ‘coveiro’ José Sarney. O blog já questionava o afastamento de Sarney do governo, principalmente com a eclosão da crise. Como rato em naufrágio, sempre abandona
o barco nos últimos minutos. Foi assim com os militares. Foi um dos grandes
beneficiários do período de repressão, sempre fiel e leal aos generais. Conquistou
o governo do Maranhão com o apoio deles. No apagar das luzes do militarismo, abandonou o
barco e pegou carona na redemocratização, assumindo a presidência com a morte
de Tancredo Neves.
Mais tarde, foi um dos artífices do
impeachment de Fernando Collor, que ousou contrariar os donos do poder no
Congresso. A filha Roseana, então deputada, foi a ‘musa do impeachment’. Para
não ser julgado e destituído, Collor, já afastado da presidência desde outubro,
renunciou em 29 de dezembro de 1992. Collor foi substituído pelo mineiro Itamar
Franco. É o que os peemedebistas esperam que ocorra com Dilma para que Temer assuma a presidência.
Sarney reinou absoluto nos dois governos
de Lula e na primeira gestão de Dilma Roussef. Indicou aliados para postos
estratégicos no governo. Lobão, seu indicado para o Ministério de Minas e
Energia, é acusado de se beneficiar do esquema de corrupção na Petrobras. A
filha, Roseana teve todo o apoio do Palácio do Planalto, ao longo de seus seis anos de
governo. Lula e Dilma propiciaram um período rentável para os negócios da
oligarquia. E cadê o reconhecimento, no momento em que os ‘companheiros’
petistas mais precisam. Sarney paga, mais uma vez, com traição.
Durante todo esse período de agonia da
presidente Dilma e do ex-presidente Lula, Sarney estava se fingindo de morto.
No fundo, já estava com a pá de cal preparada e tramava nos bastidores, com a escória do PMDB, a queda do governo
petista.
O próprio vice-presidente Michel Temer
tem trabalhado para o enfraquecimento do governo Dilma. Ele tem sonhado com a
faixa de presidente. Já até admitiu liberar a bancada do PMDB a votar a favor do impeachment da presidente. Isso pode se confirmar no encontro do PMDB, no
próximo sábado. Será o desembarque do principal aliado na véspera de protestos
contra o governo e a favor do impeachment?
Se isso ocorrer, sem o principal aliado
político, ficará difícil para o governo se sustenta neste momento
em que é bombardeado por todos os lados, principalmente pelo cerco da Justiça,
que parece colaborar com o ‘golpe’.
Gilberto Lima
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