FOLHA DE SÃO PAULO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva disse nesta sexta que não vai abaixar a cabeça e que se sentiu um
prisioneiro durante a ação da Polícia Federal. O petista disse ainda que o que
aconteceu hoje precisava acontecer para que o PT pudesse levantar a cabeça.
Como parte das ações da 24ª fase
da Lava Jato, Lula foi alvo nesta sexta-feira (4) de mandados de condução
coercitiva (quando o investigado é levado para depor e depois liberado) e busca
e apreensão em seu apartamento em São Bernardo do Campo e foi encaminhado ao
aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde prestou depoimento. Houve protestos
de partidários do PT no local e também nas proximidades do apartamento dele em
São Bernardo do Campo.
"Não vou abaixar a
cabeça", disse ele. "O que eles [a PF, o Ministério Público Federal]
fizeram com esse ato de hoje, é que, a partir da próxima semana, CUT, PT,
sem-terras, PC do B, me convidem, que eu vou andar esse país."
Lula disse acreditar em
instituições fortes e que elas são a garantia do estado democrático. "Mas
uma instituição forte precisa ter pessoas muito responsáveis".
"Vivemos um processo em que pirotecnia vale mais que qualquer coisa"
e que não deve não teme.
O petista disse ainda que a
Polícia Federal ascendeu nele a chama de que a luta continua e que era só o
juiz federal Sergio Moro mandar um ofício ou fazer um telefonema que ele
compareceria para depor.
"Se juiz Moro quisesse me
ouvir, era só ter mandado ofício. Eles ascenderam em mim a chama de que a luta
continua", declarou Lula durante coletiva na sede nacional do Partido dos
Trabalhadores, na região central de São Paulo.
O ex-presidente disse que
"ser amigo de Lula é uma coisa criminosa" hoje no Brasil e que há uma
tentativa de "criminalizar o PT".
Segundo ele, a elite não se
conforma que "esse merda de metalúrgico" tenha ousado a ser
presidente da República.
"Eu e meus companheiros me
levaram a ser presidente desse país, e fui melhor que todos eles [os outros
presidentes], que todos cientistas políticos, fazendeiros, advogados."
Lula afirmou que o comportamento
dos investigadores é "muito grave". Ele disse que já havia prestado
esclarecimentos: "Em 5 de janeiro, suspendi minhas férias para prestar
depoimento em Brasília".
O ex-presidente também saiu em
defesa da presidente Dilma Rousseff e afirmou: "Estão cerceando a
liberdade de Dilma a governar o país". "Se tem alguém neste país que
precisa de autonomia é a presidente da República. Ninguém quer que essa mulher
governe este país. Desde 26 de outubro de 2014, eles não estão permitindo que a
Dilma governe."
DEPOIMENTO
O ex-presidente registrou sua
irritação em três horas e meia de depoimento prestados à Polícia Federal.
Segundo o deputado Paulo
Teixeira (PT-SP), que assistiu a parte do depoimento, Lula disse que sua
condução coercitiva era desnecessária. Ele perdeu a paciência quando
perguntaram-lhe sobre pedalinhos mantidos pela família no sítio de Atibaia..
Dois pedalinhos que permanecem em um lago no sítio Santa Bárbara, em Atibaia
(SP), foram comprados por um militar destacado como assessor de Lula.
"Essa pergunta não está à altura da Polícia Federal", reagiu Lula,
segundo relato de Paulo Teixeira.
Como parte das ações da 24ª fase
da Lava Jato, Lula foi alvo nesta sexta (4) de mandados de condução coercitiva
(quando o investigado é levado para depor e depois liberado) e busca e
apreensão em seu apartamento em São Bernardo do Campo e foi encaminhado ao
aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde prestou depoimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário