do Jornal Zero Hora
Porto Alegre
A delação premiada do
senador Delcídio Amaral (PT-MS) cita que o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), faz parte do núcleo do PMDB que recebeu propina na
construção da usina de Belo Monte. Conforme Delcídio, o ex-ministro Silas
Rondeau (Minas e Energia) destinou propinas para o “grupo de José Sarney”,
formado por, além de Calheiros, o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão
(PMDB-MA), o próprio Rondeau, Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RR) e
Jader Barbalho (PMDB-PA).
— Houve o pagamento, à época, de ao
menos R$ 30 milhões, a título de propina pela construção de Belo Monte, pagos
ao PT e ao PMDB — cita o documento.
Segundo Delcídio, Renan Calheiros faz
parte de um “núcleo duro”, formado por integrantes da bancada do partido no
Senado, que monopoliza as nomeações no governo federal — não apenas em empresas
de energia, como também em agências reguladoras e ministérios. Esse grupo,
conforme Delcídio, sofre influência do ex-presidente e ex-senador José Sarney.
Além de Calheiros, estariam no núcleo
Romero Jucá, Eunício Oliveira (PMDB-CE), Valdir Raupp e Edson Lobão. Conforme
Delcídio, nomes como o de Nestor Cerveró passaram a ser apadrinhados pelo PMDB:
— Na Petrobras, abraçaram a manutenção
de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento e Nestor Cerveró na
Diretoria Internacional, como consequência do escândalo do mensalão — diz o
documento.
Delcídio afirma ainda que as diretorias
da ANS e da Anvisa foram indicadas principalmente por Calheiros, Eunício
Oliveira e Romero Jucá e que estes possuem ¿papel e força incontestável quanto
a essas indicações¿.
— Jogaram “pesado” com o governo para
emplacar os principais dirigentes dessas agências. Com a decadência dos
empreiteiros, as empresas de planos de saúde e laboratórios se tornaram os
principais alvos de propina para os polîticos e executivos do governo — pontuou
o ex-líder do governo no Senado.
No documento, Delcídio diz que
testemunhou a ligação próxima de Renan Calheiros com o ex-presidente da
Transpetro, Sérgio Machado. Delcídio fala que não pode provar que Machado
recebeu propina. Porém, pela proximidade corn Renan, pelo tempo de permanência
no cargo e pelas contratações realizadas pela Transpetro, considera que valores relacionados a contratos dessa empresa foram repassados a políticos a
título de propina.
— Seguidas vezes o vi (Sérgio Machado),
semanalmente, despachando com Renan na residência oficial da presidência do
Senado.
Confira trecho onde Delcídio faz referência a Sarney.
Propina de R$ 30 milhões pela construção da Usina de Belo Monte
Sarney comanda o núcleo duro do PMDB
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