Para falar dos problemas da
educação não se pode deixar de comentar a carga horária.
Oficialmente, o ano letivo tem em
média 180 dias de aula-ano, muito inferior ao período dos países considerados desenvolvidos.
Deste número oficial de dias, ao menos uns cinquenta poderiam ser
desconsiderados.
Não há aula nas duas semanas
iniciais na maioria esmagadora das escolas, nas duas antes das férias de julho
e quase um mês antes do fim do ano, sem contar os feriados que são emendados,
como de Carnaval, Semana Santa, Tiradentes, Sete de Setembro, Quinze de
Novembro, além das datas de acontecimentos locais.
Todo mundo já ouviu uma famosa
frase de algum professor: “oficialmente deveria ter aula, mas vocês, alunos,
decidem.” Se vierem, eu terei que dar aula. Exatamente o que os alunos queriam
ouvir. Essa frase soa como música. Aqueles que se propuserem a ir para a escola
tornam-se chatos e inconvenientes até para os mestres, sem falar nas ameaças e
riscos.
As escolas precisariam ensinar,
além da didática, noções básicas de cidadania, como não jogar lixo nem bituca
de cigarro nas ruas, não cuspir nas vias públicas, respeito integral às regras
de trânsito e tantas outras.
As escolas deveriam descobrir - e exercer - seu verdadeiro papel na sociedade. Essa indefinição torna-se ainda pior do que a falta de estímulo de professores, pais e alunos, enfim, de todos os envolvidos diretamente com a educação, que querem melhorar o nível do ensino no país, mas não sabem por onde começar.
Pedro Cardoso da Costa –
Interlagos/SP
Bacharel em direito
"NÃO
HÁ DEMOCRACIA ONDE O VOTO É OBRIGATÓRIO"
Pedro Cardoso da Costa é colaborador do Barradocordanews.com
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