03 novembro, 2016

Drama! Maranhense “morto e enterrado” há 37 anos, luta para provar que está vivo




Em Paragominas, no sudeste do Pará, um maranhense de 63 anos foi vítima de uma fraude. Uma certidão de óbito atesta que Domingos Ferreira da Silva teria morrido quando tinha 26 anos. A Defensoria Pública assumiu o caso para anular o documento falso.
 
Aos 63 anos, Domingos trabalhou a vida no campo e permanece ativo e com saúde. Atualmente, ele trabalha no quintal da casa em que mora em Paragominas, onde mantém uma rotina agitada reciclando ferro velho.
 
Além das atividades na oficina, agora a luta dele é contra o tempo, para provar que está vivo. “Eu tô aqui, lutando… ou tô morto vivo?”, ironiza Domingos sobre a situação delicada em que se encontra.
 
O assunto gerou polêmica na cidade. O eletricista Ediel Soares é amigo de Domingos há 20 anos e ficou surpreso com a notícia. “É um problema sério, porque já tem mais de dois anos que ele mexe com isso e não conseguiu provar que está vivo”, conta o amigo de Domingos.
 
Certidão falsa
 
O problema começou há três anos, quando ele precisou tirar a segunda via de um documento. Só então Domingos foi ao cartório e recebeu a informação que estava oficialmente morto.

O atestado foi declarado pela ex-mulher dele, Deusuita Sousa, em 1979, no município de Igarapé Grande, no Maranhão. A certidão de óbito diz que Domingos Pereira da Silva morreu há 37 anos, no dia 20 de maio, às 15h, com febre intestinal. No documento diz ainda que o morto foi enterrado no povoado Banana (MA).
 
Domingos e a ex-mulher estão separados desde 1974. Ela mora no interior do Maranhão e não foi encontrada para falar sobre o caso.
 
Retomada da “vida”
 
A Defensoria Pública de Paragominas vai entrar com uma ação pedindo para anular a certidão de óbito falsa.

“Tem que manter o seu Domingos em vida porque há 37 anos, para a Justiça, ele está morto. Então agora ele tem que reestabelecer a sua vida jurídica. Vamos mandar um ofício para o INSS para verificar se nesse caso quem fez a declaração de óbito esteja recebendo um benefício previdenciário”, afirmou o defensor público Diego Eluan.
 
O pedido de anulação da certidão de óbito será encaminhado ao juiz de Paragominas.
 
Udes Filho

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