Em
Paragominas, no sudeste do Pará, um maranhense de 63 anos foi vítima de
uma fraude. Uma certidão de óbito atesta que Domingos Ferreira da Silva
teria morrido quando tinha 26 anos. A Defensoria Pública assumiu o caso
para anular o documento falso.
Aos 63
anos, Domingos trabalhou a vida no campo e permanece ativo e com saúde.
Atualmente, ele trabalha no quintal da casa em que mora em Paragominas,
onde mantém uma rotina agitada reciclando ferro velho.
Além
das atividades na oficina, agora a luta dele é contra o tempo, para
provar que está vivo. “Eu tô aqui, lutando… ou tô morto vivo?”, ironiza
Domingos sobre a situação delicada em que se encontra.
O
assunto gerou polêmica na cidade. O eletricista Ediel Soares é amigo de
Domingos há 20 anos e ficou surpreso com a notícia. “É um problema
sério, porque já tem mais de dois anos que ele mexe com isso e não
conseguiu provar que está vivo”, conta o amigo de Domingos.
Certidão falsa
O
problema começou há três anos, quando ele precisou tirar a segunda via
de um documento. Só então Domingos foi ao cartório e recebeu a
informação que estava oficialmente morto.
O
atestado foi declarado pela ex-mulher dele, Deusuita Sousa, em 1979, no
município de Igarapé Grande, no Maranhão. A certidão de óbito diz que
Domingos Pereira da Silva morreu há 37 anos, no dia 20 de maio, às 15h,
com febre intestinal. No documento diz ainda que o morto foi enterrado
no povoado Banana (MA).
Domingos
e a ex-mulher estão separados desde 1974. Ela mora no interior do
Maranhão e não foi encontrada para falar sobre o caso.
Retomada da “vida”
A Defensoria Pública de Paragominas vai entrar com uma ação pedindo para anular a certidão de óbito falsa.
“Tem
que manter o seu Domingos em vida porque há 37 anos, para a Justiça, ele
está morto. Então agora ele tem que reestabelecer a sua vida jurídica.
Vamos mandar um ofício para o INSS para verificar se nesse caso quem fez
a declaração de óbito esteja recebendo um benefício previdenciário”,
afirmou o defensor público Diego Eluan.
O pedido de anulação da certidão de óbito será encaminhado ao juiz de Paragominas.
Udes Filho
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