
Antes,
ninguém do andar de cima era alcançado pelas leis ou pela justiça. O mensalão
foi um divisor de águas entre a impunidade reinante e a punição de gente
graúda. Até os ministros do Supremo Tribunal Federal demonstravam perplexidade.
Num
passado não muito distante, vez ou outra era condenado um prefeito ou um
vereador de cidadezinhas nos brejões do Brasil. Tudo acabava em
cestas básicas.
A
Lava-Jato, a assombração de Brasília, fez o brasileiro acostumar-se com a
prisão de gente grande. Além de fazer escola junto aos demais juízes de
primeira instância. Os tribunais superiores só demonstraram ciumeira. Já que
não mudaram por iniciativa própria, deveriam ter aprendido a lição. Mas, vale
mais o orgulho de seus ministros e o argumento de dizer apenas que não têm
processo demais, não têm perfil para esse ou aquele julgamento. Além de
coroarem com o argumento de que a demora eterna resulta em julgamentos
perfeitos.
Nesse
episódio das prisões dos peixes grandes, ficou estranha a coincidência entre a
prisão de Garotinho e uma gravação de voz atribuída a ele no Fantástico, em que
se mostra satisfeito por seu processo ter ido para uma relatora do
Tribunal Superior Eleitoral. Quando a gravação foi ao ar, ela já havia
determinado a transferência de Anthony Garotinho para um hospital particular –
seria um castigo demasiado ele ser tratado numa daquelas pocilgas que deixou
para a população quando era governador – e ganhou prisão domiciliar.
Como
o caso ficou mal com essa coincidência entre gravações do beneficiado e o resultado
que ele pretendia, o plenário do TSE deveria agilizar o julgamento dessa
liminar ou do mérito. Da mesma forma, deveria ter agido o Supremo
Tribunal Federal, com relação ao fatiamento do impeachment da ex-presidenta
Dilma Rousseff.
Preocupa,
apenas, o movimento dos revanchistas, certos de que, a partir de agora, quem
aprontou pode pagar.
Nós,
sociedade, tínhamos que botar o bloco nas ruas, como em 2013, para evitar que
esses assombrados aprovem leis engessadoras para ficarem livres de possíveis acertos
com a Justiça. Aqueles do andar de cima que coloquem as barbas de molho.
Assim,
se ex-governadores, ministros, senadores já saem como cordeirinhos, daria mais
força à mais eficiente Polícia Federal do mundo.
PS: Quanto mais o
governo se explica sobre o caso Geddel Vieira mais se complica. O presidente
precisa entender que: ruim sem ele, pior com ele.
Pedro
Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bacharel em direito
Pedro Cardoso da Costa é colaborador do blog Barradocordanews
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