Para a polícia, mecânico “Boca Rica” foi o articulador do crime, os policiais assim como o pistoleiro “Gean Estrada”, foram os executores; O mandante e financiador do crime ainda estão sendo apurados.
Em uma
acareação realizada na quarta-feira (12), o sargento Wilame Nascimento
da Silva, lotado na Polícia Militar em Grajaú, admitiu conforme apuração
do Jornal Pequeno, que o mecânico José Denilton Feitosa Guimarães, mais
conhecido como “Boca Rica”, ofereceu R$ 100 mil para que o militar
matasse o prefeito de Davinópolis, Ivanildo Paiva Barbosa (PRB). A
vítima foi assassinada a tiros e cinco pessoas já foram presas por
envolvimento.
O
delegado Lúcio Rogério Reis, titular da Superintendência de Homicídios e
Proteção à Pessoa (SHPP), que está na cidade de Imperatriz participando
da força-tarefa para elucidar o crime, disse que o sargento confessou
isso na frente de “Boca Rica”, durante a acareação. O militar já tinha
admitido esta oferta de R$ 100 mil em depoimento prestado ao delegado
Renilto Ferreira, da Delegacia Regional de Barra do Corda.
Wilame
contou que estava em Grajaú, quando recebeu uma ligação do mecânico,
para que ambos batessem um papo em Imperatriz. Lá, “Boca Rica” ofereceu a
grana para que o policial executasse o prefeito de Davinópolis. O
sargento disse que, naquele momento, não aceitou o dinheiro. Já
Denilton, na acareação, negou que tenha oferecido os R$ 100 mil ao PM,
mas confessou que a reunião com ele de fato aconteceu.
As
investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)
apontam “Boca Rica” – que estava com tornozeleira eletrônica por uso de
documento falso – como o articulador do crime e que o policial militar
de Grajaú foi um dos executores, assim como o pistoleiro Gean Dearlen
dos Santos Neres, o “Gean Estrada”. Os outros presos por envolvimento na
morte de Ivanildo são o cabo Francisco de Assis Bezerra Soares, o
“Tita”, da PM do Pará, e o motorista de Uber Douglas da Silva Barbosa,
21.
Douglas,
conforme o delegado Lúcio, emprestou seu carro para que cerca de três
suspeitos seguissem viagem até a fazenda do prefeito de Davinópolis, a
fim de matá-lo. A fonte observou que os mandantes são da Região
Tocantina, mas não se estendeu nas explicações não prejudicar as
investigações, pois o sigilo é imprescindível para a elucidação.
O
motorista do Uber, assim como os demais, está encarcerado por força de
mandado de prisão temporária de 30 dias, que foram cumpridos nas cidades
de Imperatriz e Grajaú, no Maranhão, e Dom Eliseu, no Pará, durante a
terça-feira (11).
– Investigações
O
delegado regional de Imperatriz, Eduardo Galvão, que está acompanhando
as investigações, disse que Ivanildo foi assassinado com sete disparos
de arma de fogo, sendo que quatro atingiram a cabeça. Para ele, o crime
tem características mercenárias, ou seja, há um mandante e executores.
“A
investigação está em aberto. Todas as linhas de investigação são
possíveis. A menos provável e dificilmente teria ocorrido é a hipótese
de latrocínio porque ninguém vai se dá a uma missão dessa, a todo um
planejamento, arquitetar um crime e nada levar. Na realidade foi levado
apenas o celular, mas por questões alheias a ideia de crime contra o
patrimônio”, assinalou.
A
polícia, inicialmente, estava trabalhando com três linhas de
investigação: dívida, crime passional e motivação política. Mas, segundo
o delegado Lúcio Rogério Reis, titular da SHPP, uma das hipóteses já
foi descartada, restando apenas duas. Mas ele adiantou que se tratou de
um crime de encomenda e que cada um dos cinco presos recebeu algum valor
em dinheiro pelo serviço prestado aos mandantes. Por DomingosCosta
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