Pelo
menos 30 dos 81 integrantes do Senado respondem a inquérito ou ação
penal no Supremo Tribunal Federal. Condenado há dois anos, um deles
recorre para não ir para a prisão. Confira o levantamento da Revista
Congresso em Foco.
Supremo tem denúncia contra Renan para julgar há mais de dois anos. Collor está a um passo de virar réu na Lava Jato. Quase 40% dos senadores estão sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Supremo tem denúncia contra Renan para julgar há mais de dois anos. Collor está a um passo de virar réu na Lava Jato. Quase 40% dos senadores estão sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF).
do Congresso em Foco

Os dados são de levantamento exclusivo da nova edição da Revista Congresso em Foco.
Desde agosto de 2013, o senador Ivo Cassol (PP-RO) vive com um pé no
Senado e outro no Supremo. Primeiro e único senador condenado à prisão
pela mais alta corte do país, Cassol se agarra a recursos para não ter o
mesmo destino que seu colega de estado, o ex-deputado Natan Donadon
(RO), que saiu da Câmara diretamente para o Complexo Penitenciário da
Papuda. O ex- -governador foi condenado a quatro anos e oito meses de
prisão, em regime semiaberto, e ao pagamento de multa de R$ 201 mil,
acusado de ter direcionado licitações a empresas de conhecidos entre
1998 e 2002, quando era prefeito de Rolim de Moura (RO). Em setembro de
2014, o Supremo rejeitou as contestações de Cassol.
No
fim do ano, a Procuradoria-Geral da República voltou a se manifestar
contra o recurso apresentado pela defesa. A eventual confirmação da
sentença implica o início do cumprimento da pena e a abertura do
processo de cassação do mandato. Essa, porém, não é a única dor de
cabeça dele na Justiça. Cassol é o senador com mais pendências no
Supremo. Seu nome figura em dez investigações. Além da condenação,
enfrenta duas ações penais, por calúnia e crime eleitoral, e outros oito
inquéritos por peculato, improbidade administrativa, falsidade
ideológica, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, crimes contra o meio
ambiente, contra o sistema financeiro e contra a Lei de Licitações.
“Responderei apenas na Justiça o que devo a ela”, disse o ex-governador
ao ser procurado pela reportagem.
Em
princípio, ser investigado não indica qualquer problema. Afinal, em um
regime democrático, todo cidadão é considerado inocente até que se prove
o contrário. No STF, para realizar o julgamento de culpado ou inocente,
aquele que é considerado suspeito passa por dois procedimentos.
Primeiramente, o inquérito, etapa pré-processual para averiguar reais
indícios da prática criminosa. Caso encontre elementos consistentes de
que o investigado praticou o crime, a Procuradoria-Geral da República
apresenta uma denúncia. Se o Supremo a aceitar, o parlamentar passa à
condição de réu em ação penal. É nesta fase que ocorrem os julgamentos.
Desde
janeiro de 2013, há um parecer da Procuradoria-Geral da República
oferecendo denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros. Dois
anos e meio depois, o pedido não foi analisado. Renan é acusado de peculato,
falsidade ideológica e uso de documento falso no Inquérito 2593, que
apura crimes atribuídos a ele em 2007, quando teve de renunciar à
presidência do Senado em meio a uma série de acusações. Atualmente, ele é
investigado em outros três inquéritos da Lava Jato por corrupção e
lavagem de dinheiro.
A
PGR sustenta que o senador enriqueceu ilicitamente, forjou documentos
para comprovar que tinha recursos para bancar despesas pessoais e teve
evolução patrimonial incompatível com o cargo. Os fatos se referem à
denúncia feita por Mônica Veloso, com quem tem uma filha, de usar
dinheiro repassado por lobista da empreiteira Mendes Júnior para pagar
pensão e aluguel da ex-amante. Pela mesma denúncia, Renan virou réu por
improbidade administrativa na 14ª Vara da Justiça Federal de Brasília,
em junho.
Como mostrou a Revista Congresso em Foco, dos mais de 500 parlamentares investigados pelo Supremo desde 1988, só 16 foram condenados pelos ministros.
Desses, metade escapou da punição ou tenta revertê-la. Quase 25% dos
casos envolvendo parlamentares arquivados pelo tribunal nos últimos anos
foi para o arquivo por prescrição.
Os senadores sob investigação no Supremo
Veja
a relação dos integrantes do Senado que respondem a inquérito e ação
penal no STF. Clique no nome para ver quais são as acusações e as
respectivas explicações dos parlamentares. Clique no nome de cada um
para ter acesso a mais detalhes.
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