"Sofremos,
como líderes políticos, o julgamento do supremo tribunal da história.
Não quero para mim o veredito de um oportunista, de um fraco, de um
covarde, de um incoerente, de quem se esconde diante de uma conjuntura”,
ressaltou.
O governador Flávio Dino, ao participar
do encontro de pré-candidatos a prefeitos(as) do PCdoB, na manhã de sábado
(14), no auditório da Assembleia Legislativa, voltou a se manifestar sobre seu
posicionamento contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, ressaltando
que uma das razões foi a defesa das políticas federais de distribuição de renda
(tímidas, porém fundamentais) para o Maranhão.
O governador disse que havia uma ideia
de que ele estaria construindo um isolamento ao redor de seu posicionamento.
“Havia uma leitura política e um dever de coerência que levava à atitude que eu
adotei _ firme, clara, corajosa, desassombrada _ contra o impeachment. O que a
sociedade espera de um líder político é atitude de respeito ao povo”, disse.
Para Dino, esse modelo de político
tradicional, chamado de ‘raposa política’, que ninguém sabe ao certo o que ele
pensa, não é correto para os dias de hoje.
“É preciso ter muita transparência. Não
sou daqueles que acha que é mérito estar sempre do lado vencedor. Às vezes o
mérito é estar do lado que aparentemente perdeu. Sofremos, como líderes
políticos, o julgamento do supremo tribunal da história. Não quero para mim o
veredito de um oportunista, de um fraco, de um covarde, de um incoerente, de
quem se esconde diante de uma conjuntura”, ressaltou.
O governador teceu críticas aos que se
aproveitaram dos governos petistas e depois abandonaram o barco. “Quando o
barco começa a fazer água, os primeiros que pulam são os ratos. Eu não posso
pular no mar junto com os ratos. Não fui eleito para isso. Foram bichinhos
longamente beneficiados por essa navegação”, disse.
Fez questão de ressaltar que o que fez,
e está fazendo, é o melhor para o Maranhão, enfatizando que no jogo político não
se pode perder a autoridade e o respeito. “O nosso governo está totalmente
protegido porque é impossível desconhecer a importância que temos no debate
político nacional. Os que perderam a eleição torcem contra o Maranhão. Torcem
para que haja perseguição. Aos profetas do caos, digo que eles podem torcer
muito, mas vão perder porque o governo do Maranhão vai continuar seu caminho”.
Financiamento
de campanhas
Flávio Dino ressaltou que o
financiamento de campanhas eleitorais por empresas deu errado e foi um dos
motivos da crise na política. No Maranhão, segundo ele, o modelo de
financiamento se baseava em convênios e dinheiro de agiotas.
“Isso não é certo. Vão passar o resto da
vida respondendo a processos. O modelo tradicional deu errado e tem muitos
inelegíveis. Não podemos repetir isso. Tem prefeito que não faz nada porque
está pagando agiotas. Não vai ter financiamento empresarial, não vai ter financiamento
de agiota _ e vamos ficar atentos a isso _ e não vamos fazer convênios
fantasmas”, enfatizou, acrescentando que não se pode perder o mais sagrado:
falar a verdade, ser transparente, franco e direto.
“Vocês têm que debater e apontar soluções
para os problemas das cidades. Nós vamos estar lá pra dizer que vamos apoiar na
solução dos problemas. No entanto, o discurso é construído na pré-campanha em
encontros com a população”, completou.´
Segundo ele, o importante é o diálogo
com a população, pois a vitória eleitoral é construída na pré-campanha. Citou
como exemplo o movimento ‘Diálogos pelo Maranhão’ que possibilitou a vitória em
quase todos os municípios.
“Nós ganhamos a eleição no ‘diálogos
pelo Maranhão’. Foi o colchão de proteção na nossa campanha. É preciso
focar menos nos políticos e mais no povo. Sua excelência o povo é quem decide. É
preciso ter atitude para ganhar o sentimento da sociedade. O povo está cansado da mesmice”, ressaltou.
Prioridades
Para o governador, as prioridades ou ‘dogmas
de fé’, em meio à crise, são o pagamento da folha de pessoal, a manutenção do
custeio da saúde, o pagamento de dívidas e as obras que estão em andamento. Na
área da saúde, o custo mensal de cada unidade é de R$ 3 milhões. São seis novos
hospitais que foram colocados em funcionamento, o que gera uma despesa de mais
de R$ 200 milhões por ano. Fora outros serviços e unidades colocados à
disposição da população.
O governador destacou que o estado tem
dívidas vencidas, em 2015, da ordem de 1 bilhão e 200 milhões, de uma dívida
total de 5 bilhões. A cada seis meses, R$ 160 milhões ao Bank Of America, de
uma dívida contraída no governo de Roseana Sarney.
Sobre as cobranças por mudanças, o
governador disse que a maior mudança foi a de atitude. “O Maranhão hoje tem um
governador sério, honrado, honesto e corajoso e que trabalha muito. Isso já é
uma grande mudança”.
Gilberto Lima
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