Para
estabelecer o diálogo permanente com o povo indígena do Maranhão e
encaminhar soluções às questões relacionadas as aldeias, o governador
Flávio Dino determinou, na quinta-feira (12), que fosse instituída, no
âmbito do Estado, uma ampla comissão envolvendo os setores de Educação,
Saúde, Direitos Humanos, Infraestrutura, Igualdade Racial, Agricultura e
demais órgãos da administração estadual para atendimento às comunidades
indígenas.
Na
quinta-feira, os secretários de Estado Márcio Jerry (Articulação
Política), Áurea Prazeres (Educação), Gerson Pinheiro (Igualdade Racial)
e Karla Trindade (Assessoria Especial) se reuniram com as lideranças
indígenas e encaminharam resoluções para as pendências referentes ao
transporte escolar, deixadas pela gestão passada, cuja dívida chegou a
mais de R$ 10 milhões, nos anos de 2013 e 2014, conforme levantamento
feito pela Seduc.
“A
ação do governo não se restringe apenas à questão do transporte
escolar, mas abrange um conjunto de medidas nas mais diversas áreas para
assegurar a melhoria das condições de vida da população indígena em
nosso estado. Esse é um compromisso do governador Flávio Dino”, destacou
o secretário Márcio Jerry.
“É
a primeira vez que o governo dá essa atenção à comunidade indígena”,
frisou Libiana Pompeu dos Santos, cacique Guajajara. Outra liderança
indígena, José Aldeir Pompeu, avaliou o resultado da reunião. “Foi muito
proveitosa a reunião porque teve a participação de outros secretários
para discutir com a gente, o que não aconteceu em outras gestões. O
caminho é o diálogo. Até agora não tínhamos os nossos direitos
reconhecidos”, destacou.
Dívida
Até
o momento, foram encontrados na Seduc processos referentes ao serviço
de transporte escolar de 2013 perfazendo um montante em torno de R$ 3
milhões, enquanto que, em 2014 a dívida acumulada chegou a R$ 7,5
milhões. Houve ainda irregularidades no repasse dos recursos para
pagamento do transporte escolar indígena, identificados em auditoria
realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). O órgão considerou
irregular a transferência de recursos de transporte escolar para as
associações e apontou indícios de valores abusivos pagos a entidades
privadas, que não tem o dever jurídico de realizar o transporte escolar.
Foram
encontrados processos indenizatórios referentes a 2013, que estão sob
análise da Procuradoria Geral do Estado (PGE), que após o devido
processo legal, mediante a comprovação de efetiva prestação dos
serviços, serão encaminhados para pagamento.
A
partir deste ano, a Seduc instituiu que os serviços de transporte
escolar indígena serão feitos via caixa escolar, a fim de otimizar e
melhorar o serviço. Além disso, será designada uma equipe específica
para tratar de transporte em cada Unidade Regional, a fim de orientar,
acompanhar e fiscalizar os serviços de transporte e merenda escolar
indígena.
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