A
fome é a negação mais cruel dos direitos fundamentais de qualquer ser
humano. É a negação da condição básica para o desenvolvimento do homem
que, sem ter o que comer, não consegue trilhar os caminhos que pedem os
sonhos que tem para si e para a sua família. É a negação primeira do que
a filósofa Hannah Arendt chamou do“direito a ter direitos”. Sem nada
para comer, como ter acesso à educação, à cultura, ao trabalho ou à sua
autodeterminação?
Infelizmente, a negação do
"direito a ter direitos" ainda é muito viva em nossa realidade. Lembro
que cerca de 25% dos maranhenses ainda vivem na extrema pobreza, o que
corresponde a cerca de 1,5 milhão de pessoas. Mas esses não são dados
frios, e a reportagem “Estrada da Fome”, exibida na última segunda-feira
pela TV Record para todo o Brasil, mostrou que esse retrato cruel é
verdadeiro, tem nome e sobrenome, tem rosto e lágrimas.
Esse
legado de desumanidade e descaso foi herdado por nós, maranhenses, em
decorrência de décadas de governos que deram as costas aos mais
necessitados. Como explicar, por exemplo, que o Maranhão seja a 16ª
economia do país, estado que possui água em abundância, terras boas e um
povo com muita vontade de vencer, mas com as piores condições de vida
do país? A explicação somente pode residir na histórica combinação entre
utilização pessoal do patrimônio público, corrupção e injustiça social,
caminhos pelos quais poucos se apropriaram dos bens de milhões de
pessoas.
As
vozes do coronelismo maranhense, que hoje vivem enorme crise de
abstinência com a perda de antigos privilégios e de ganhos ilícitos,
calam-se diante da calamidade retratada por 1 hora na última
segunda-feira em rede nacional. Contudo, ao contrário do que eles sempre
fizeram, estamos lutando para transformar esse inaceitável retrato.
Creio
que nenhuma pessoa deve ficar insensível diante desse quadro.
Especialmente no que se refere ao papel do governante, deve ser o de
buscar soluções urgentes, duradouras e eficazes para dar a essas pessoas
o direito de voltar a sonhar. Foi por este motivo que, logo no primeiro
dia de Governo, minutos após a nossa posse, instituímos o Plano de
Ações Mais IDH. Ele começa pelas 30 cidades com menor Indice de
Desenvolvimento Humano em nosso Estado e vai mostrar progressivamente
que, sim, nós podemos mudar o cenário imposto por décadas de desmandos
políticos e desrespeito com a população.
Por
intermédio do Plano Mais IDH, o Governo do Estado começou a levar mais
direitos e mais dignidade a esses milhões de maranhenses outrora
invisíveis, cujos futuros foram criminosamente roubados em tenebrosas
transações. Agora, o orçamento público é aplicado com a único objetivo
de servir a população, com enfoque especial àqueles que mais precisam da
ação direta do Estado
Para
que se tenha a dimensão deste programa, somente na primeira semana do
Mutirão Mais IDH, foram realizados 18 mil atendimentos em 9 municípios.
Nesse mutirão, encontramos milhares de pessoas que jamais tiveram acesso
a qualquer serviço público, que jamais foram lembrados pelos
governantes, a não ser em tempo de eleição. Até o fim do nosso governo,
vamos levar a todas as regiões maranhenses provas concretas de que vale a
pena lutar e ter esperança em dias melhores. Apoio à produção,
políticas sociais, ampliação de infraestrutura e combate à corrupção são
os pilares que sustentam esse novo projeto de desenvolvimento no
Maranhão.
O
destino dos milhões de maranhenses não é estar irrevogavelmente à
margem do mundo dos direitos. É para colocá-los na rota do crescimento e
dar-lhes condições de se fortalecer, educar e prosperar que conduzimos
as ações governamentais, em que hoje há o DNA da indignação
transformadora.
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