Em
audiência pública organizada e realizada nesta segunda-feira, (10) pelo
GEDEMA na Assembleia Legislativa do Maranhão a Deputada Valéria Macedo
(PDT) defendeu candidaturas avulsas para mulheres como forma de
viabilizar candidaturas femininas para os Poderes Legislativo e
Executivo, na Reforma Política.
Como
uma das oradoras da audiência, Valéria reafirmou sua posição a favor
das cotas de vagas para mulheres nos parlamentos e nos diretórios,
executivas ou comissões provisórias de partidos políticos nas esferas
federal, estadual e municipal. “As cotas de candidaturas são um
mecanismo que tem se mostrado de pouca eficácia e, sozinho, não tem
conseguido diminuir a sub-representação da mulher no poder político. Os
partidos políticos, por outro lado, são geridos por homens e a
participação das mulheres, quando existente, é meramente simbólica, o
que obviamente restringe a participação das mulheres na política”, disse
Valéria.
A
parlamentar afirma que vivemos em tempos difíceis. “Crise de valores
éticos, crise política, crise econômica que diminuem os postos de
trabalho e ascensão social, a crise da baixa qualidade dos serviços
públicos, as profundas desigualdades sociais e econômicas, a
sub-representação da mulher no poder político, a violência doméstica,
dentre várias outras crises e males da sociedade contemporânea”, afirmou
Valéria.
A
deputada reconheceu que existem outros lugares piores para a mulher no
Mundo, e citou como exemplos a Índia, a China, o mundo islâmico e vários
países da África, mas ponderou que o paradigma no qual a mulher
brasileira deve mirar é o das mulheres na Europa Ocidental, dos EUA e do
Canadá.
A
parlamentar conclamou todas as mulheres que tem alguma parcela de poder
político, econômico, social, institucional ou de qualquer natureza que o
use a favor das mulheres. “Podemos iniciar pela inserção na agenda
política os valores muito cultivados por nós mulheres como a ética na
política, a probidade na administração pública, a solidariedade e a
sensibilidade na concepção e execução das políticas públicas sociais”,
afirmou.
Valéria
entende que a participação da mulher no poder deve partir dos direitos
fundamentais e sociais previstos na Constituição Federal de 1988, e que
luta deve ser no sentido de torná-los realidade social. “A Constituição
Federal diz que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações,
mas todos sabem que a práxis política e social maranhense e brasileira
não é essa. Se somos iguais por que não chegamos ao poder na mesma
proporção dos homens?”, questionou.
A
deputada chamou a atenção para o fato de as mulheres terem uma
afinidade com “o campo dos direitos sociais” como as políticas sociais
da saúde, da Educação, do Trabalho, da defesa das mulheres contra a
violência, da defesa das crianças e dos adolescentes, do combate as
inaceitáveis desigualdades de gênero. “Acredito muito que a efetivação
dos direitos fundamentais e sociais já inscritos na Constituição de
1988, a criação de quotas de vagas no Legislativo e nos órgãos
partidários e a criação de candidaturas avulsas são mecanismos que
seguramente podem ajudar a melhorar muito as nossas chances de chegar ao
poder”, concluiu.
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