De acordo com a empresária, a decisão foi tomada “porque a subordinada estava doente e não poderia trabalhar”

Agência Estado
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro denunciou uma
empresária por trabalho escravo. Segundo a acusação, entre dezembro de
2010 e fevereiro de 2011, a patroa teria submetido uma das empregadas
domésticas que trabalhava em sua casa, em Copacabana, a condições
degradantes.
De acordo com a denúncia, a empresária “manteve a vítima trancada na
área de serviço durante uma semana, sem direito a circular pelo restante
da casa ou se alimentar”. A Procuradoria não divulgou o nome da
acusada.
Na época, a vítima adoeceu. Conforme relatos de testemunhas, a
denunciada considerou que, se a empregada “não podia trabalhar, também
não receberia salário nem se alimentaria”.
A mulher, de acordo com relatos, “xingava recorrentemente a vítima e
proibia a presença dela e de outra funcionária no sofá da sala para
assistir TV, obrigando-as a passar álcool caso o fizessem”.
Além disso, a jornada era exaustiva, de 7h à meia-noite, sem
intervalo de descanso ou repouso semanal. A empresária morava em
Brasília e foi residir no Rio, para onde levou a vítima.
A fim de evitar a saída da empregada de sua residência, a denunciada
alegava uma dívida em função da venda de móveis para a trabalhadora.
Culpava a vítima de ter “manchado blusas e quebrado itens da casa, itens
a serem descontados do seu salário”. Fazia ameaças, ao afirmar que no
Rio “qualquer bandido bateria por R$ 50 e mataria por R$ 100”.
O caso foi denunciado pelo Ministério Público do Rio em 2014 e a
Justiça Estadual declinou a denúncia à Justiça Federal. A ação foi
remetida então ao Ministério Público Federal em abril de 2018,
responsável por denunciar novamente o crime e reiterar a competência
federal no julgamento da ação.
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