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© Ivan Savvidis, presidente do PAOK |
A Federação Grega passou um ano sob intervenção da Fifa e continua sendo
monitorada pela entidade mundial. O futebol do país tem muitos
problemas. Violência, corrupção, desorganização são apenas alguns deles.
Neste domingo, descobrimos que o fundo do poço tem um alçapão no dérbi
entre PAOK e AEK, quando o presidente do PAOK, o russo-grego Ivan
Savvidis invadiu o gramado para reclamar da anulação de um gol da sua
equipe, aos 45 minutos do segundo tempo, com uma arma na cintura.
A
controvérsia começou ainda nas primeiras horas de domingo. A Federação
Grega anunciou que aceitou a apelação do PAOK e devolveu três pontos que
haviam sido deduzidos do jogo contra o Olympiakos, quando a torcida do
clube acertou o técnico adversário Óscar García com um rolo de papel.
García foi levado ao hospital, sob protestos de que estava forçando a
barra. O comitê manteve o placar de 3 a 0 a favor do Olympiakos, mas
também rescindiu a punição de dois jogos com portões fechados. O PAOK,
portanto, teve 19 horas para vender os ingressos para o jogo contra o
AEK.
A partida poderia ter repercussões fortes na briga pelo
título. Com os três pontos que foram devolvidos, a distância do PAOK
para o primeiro colocado AEK caiu para dois pontos. O Olympiacos também
está na briga. A partida, porém, ficou sem gols até os 45 minutos do
segundo tempo, quando Gustavo Varela cabeceou às redes. A arbitragem
inicialmente deu o gol, mas, em seguida, o anulou porque Maurício, em
posição de impedimento, atrapalhou o goleiro.
Foi quando começou a
confusão. Os jogadores reclamaram efusivamente e Ivan Savvidis,
ex-membro do Parlamento Russo e próximo de Vladimir Putin, invadiu o
gramado com sua arma na cintura e acompanhado de seguranças - ou
capangas. O AEK acusou o adversário de "terrorismo" e alega que Savvidis
agrediu um de seus diretores, Vassilis Dimitriadis. Também relata que ouviu Savvidis dizendo ao árbitro Giorgios Kominis: "Você é um homem morto". Nas imagens, dá para perceber o presidente do PAOK levando a mão à arma pelo menos três vezes enquanto era retirado de campo.
"No começo, não sabíamos que ele tinha uma arma, e então a vimos", disse o técnico do AEK, o espanhol Manolo Jiménez, à Cadena Ser, segundo o AS.
"Dava para ver ele mexendo a mão na direção da cintura porque ele tinha
uma arma. Ele ameaçou o árbitro na minha frente. De acordo com meu
intérprete, disse: 'Sua carreira de árbitro terminou'. Estou chocado.
Não entendo. É algo que você espera ver em um filme do Clint Eastwood".
Agora o mais absurdo. Segundo o site grego to10, dos vestiários, onde se escondeu do gângster grego-russo, Kominis confirmou o
gol de Gustavo Varela e oficializou o placar de 1 a 0 a favor do PAOK
no momento da interrupção. A publicação cita que os dois clubes
confirmam essa informação e que agora haverá uma disputa sobre a
responsabilidade do que aconteceu. O PAOK alegará que o AEK abandonou a
partida, e o AEK argumentará que foi o PAOK quem começou a confusão.
Se um mínimo de bom senso for aplicado, o AEK deve vencer essa disputa porque apenas um dos lados da partida estava armado.
BrunoBonsanti
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