27 março, 2018

Jenipapo dos Vieiras recebe sete escolas indígenas do Governo do Estado


O cenário educacional indígena, em Jenipapo dos Vieiras, na região Central do Maranhão, passa por um processo de mudança histórico. O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Infraestrutura, em parceria com a da Educação, constrói sete escolas nas aldeias, a maior parte delas habitadas pela etnia Guajajara. 

Segundo o secretário da Sinfra, Clayton Noleto, a educação indígena no estado vive um momento histórico. “O Governo do Maranhão vive um momento ímpar. Enquanto em outros lugares dos países vemos mais claramente atos de extermínio das chamadas minorias, nós investimos na área que mais promove a justiça e a igualdade social: a educação – para todos e todas”, avaliou.

O investimento de mais de R$ 3,5 milhões de reais é aplicado em escolas de uma e seis salas de aulas, nas aldeias Ywyporang, Três Irmãos, Boa Vista, Raimundão, Canafistola, Montanha Nova e El Betelsendo. A maioria será entregue ainda em 2018. 

Essas comunidades enfrentavam muita dificuldade para manter as crianças estudando. Para se ter uma ideia, na aldeia Boa Vista, por muitos anos, as aulas eram ministradas embaixo de árvores. Depois, com recursos de uma associação, começaram a construir uma escola, mas não conseguiram terminar e, mesmo sem as condições adequadas, passou a funcionar.

“A gente tinha aula embaixo daquele pé de manga e do de cajú. A construção dessa escola é resultado de uma luta de muitos anos. Fiquei muito agradecido por ter essa escola dentro da aldeia, pros meus meninos, pros meus netos”, disse o cacique Diolino Guajajara.

Além das comunidades que recebem a construção das unidades escolares, as aldeias vizinhas também são beneficiadas. Na aldeia El Betel, por exemplo, onde está sendo construída uma unidade de seis salas, serão contempladas aldeias como Cajueiro, Taquari, Nova Egito, Igauarana, mona lisa, Muçum, Sapucaia, Bueira, Jurema, Sumaúma e Nova Belém.

Hoje, uma das salas de aula da Escola Cacique Aldebal, na aldeia El Betel, é um cercado de madeira, coberto por palha e em dias de chuva os estudantes ficam sem aula. Um dos professores José Antônio Rocha detalha as dificuldades enfrentadas por causa da falta de estrutura na unidade escolar. “Aqui quando chove inunda. Entra água por cima, por baixo e ficamos sem nenhuma condição de ter aula”, conta.

Realidade que está com os dias contados, com a entrega da nova unidade escolar. O professor já comemora. “Com estrutura melhor, vai ter uma educação melhor. E a base do país é a educação e a estrutura é essencial, é o primeiro passo”, acrescentou Rocha.
Para o cacique Israel Guajajara, o novo espaço vai motivar aos indígenas a buscar mais educação. “É um espaço que as crianças vão ficar mais animadas, com mais vontade de aprender, em uma escola dessas, que graças a Deus está existindo em nossa reserva.

Em todo Maranhão são 848 escolas na educação básica recebendo investimentos em construção e reforma. O investimento na construção das escolas indígenas, segundo o secretário Clayton Noleto, tem ganhos significativos que vão além da estrutura física. Para ele, a iniciativa do Governo do Maranhão reafirma e valoriza a identidade de cada etnia e colabora para a garantia do direito de uma educação escolar específica, diferenciada e intercultural.

Outros investimentos
 
Além da melhoria nas instalações físicas das escolas, o Governo Flávio Dino tem investido na formação continuada para os professores indígenas, criação do Curso de Licenciatura do Magistério Indígena na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e distribuição de equipamentos para funcionamento das escolas. E até o final deste ano será realizado pela primeira vez na história o concurso público para professores indígenas da rede estadual.

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