A
deputada estadual Valéria Macedo (PDT) utilizou a tribuna da Assembleia
Legislativa, na manhã desta quarta-feira (24), para lembrar os 84 anos
da conquista do voto feminino no país, que passaram a ter o direito de
votar no Brasil através do decreto nº 21.076, de 24 de janeiro de 1932,
assinada pelo então presidente Getúlio Vargas.
Valéria acrescentou que os 84 anos do
voto feminino é uma vitória.“Nós, mulheres, temos a convicção que a
conquista do direito de votar e ser votada foi apenas o início de uma
luta pela ampliação de espaços para as mulheres. No entanto, em qualquer
aspecto avaliado, a conclusão é sempre a mesma, houve ganhos, mas em
ritmo inferior ao desejado”, afirmou.
De acordo com Valéria, as mulheres
conseguiram incluir direitos políticos nas constituições e nas leis do
país, mas muitos direitos ainda permanecem apenas na letra fria da lei e
sem concretude e eficácia social.
“Vejamos, por exemplo, a
representatividade das mulheres aqui na Assembleia Legislativa do Maranhão, somos mais de 55% dos votos do Estado e, desproporcionalmente,
somos apenas 06 deputadas com assento nesta casa. A nível nacional,
apenas 16% de mulheres ocupam vagas no Senando Federal; 13% nas
comarcas de vereadores; 11% nas Assembleias Legislativas e 10% na Câmara
dos Deputados – somos 52% do eleitorado brasileiro e 51% da população
geral brasileira. Portanto, são a amulheres as mais afetadas pelas
decisões tomadas nas instituições políticas e temos pouquíssimas
presenças nas casas legislativas. Isso quer dizer, a maior parte do
eleitorado interfere pouco nas decisões políticas do país. Um quadro que
precisa mudar para o bem da própria democracia”, disse em seu discurso.
Ainda em seu pronunciamento, a
parlamentar disse que existem propostas no Congresso Nacional que dará
possibilidade real de eleição para mulheres e também para os partidos,
que hoje não fazem esforço para seleção de candidatas classificadas
interessadas, simplesmente colocam nomes para preencher cotas.
“O Senado aprovou, em definitivo, a
Proposta de Emenda Constitucional que aumenta a cota de candidatas
mulheres nas casas legislativas. A proposta garante a cada gênero um
percentual mínimo de representação nas cadeiras da Câmara dos Deputados,
Assembleias Legislativas, Câmara Legislativa do Distrito Federal e
Câmaras Municipais, nas próximas três legislaturas. Na primeira
legislatura, a cota mínima será de 10% das cadeiras; de 12% das cadeiras
na segunda; e de 16% das cadeiras na terceira legislatura. A PEC será
analisada agora pela câmara”, afirmou Valéria.
Para finalizar, Valéria parabenizou
as mulheres pelas conquistas históricas no campo da política e do poder.
“Não devemos, com certeza, deixar de lutar ou baixar a guarda, pois
muitos direitos políticos ainda se encontram no campo meramente formal,
não se tornaram realidade ainda. Por isso, temos que realmente fazer
nossa vez aqui no parlamento, representar bem nossa categoria,
representar bem as mulheres. Temos que ir à luta”, encerrou Valéria.
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