Por: Pedro Cardoso da Costa
Iniciativas
individuais trazem resultados sociais excepcionais, mas não são reproduzidas em
massa.
É da
natureza humana levar qualquer ação positiva ao maior número de pessoas
possíveis, mas restrita àqueles que, de algum modo, tem ligação conosco, mas
não à coletividade em geral.
Quando
um hospital faz um bom trabalho numa especialidade qualquer, de imediato a
comunidade vizinha e cidades próximas ficam sabendo e cresce a procura. Alguns
dias depois, esse trabalho já tem reconhecimento nacional e, em muitos casos,
até internacional.
Ocorre
o mesmo com um pedreiro, um carpinteiro ou com uma costureira que façam um
serviço de boa qualidade e dentro dos prazos estabelecidos. Daí, o resultado é
uma clientela crescente a disputar seus serviços e os preços lá nas alturas.
Mesmo
que não fosse um dever, cada cidadão poderia contribuir para repassar ao outro
aquilo que ele domina bem, ensinar a executar uma tarefa de forma mais
simplificada, com menos esforço físico e com maior precisão técnica.
Em
todas as esferas de atividade, dever-se-ia estabelecer padrões mínimos de
qualidade, independentemente de quem viesse a executar. Assim, nenhum médico
seria (in)capaz de deixar pedaços de tesouras nos seus pacientes, não faria uma
vasectomia em quem iria retirar apenas uma verruga, nem uma enfermeira
aplicaria vaselina em vez de soro.
Por
exemplo, se cada pessoa transmitisse de forma voluntária o conhecimento que tem
sobre alguma arte ou ofício, seja escultura, pintura, escrita, música, dança, o
Brasil teria uma população muito mais culta e mais feliz.
Quem
toca violão ou outro instrumento poderia ensinar a uma pessoa por ano. O mesmo
deveria ser feito por quem fala inglês ou outra língua, por quem dirige, por
quem anda de bicicleta, por quem domina uma dança de salão, por quem sabe nadar
ou pratica qualquer outro esporte.
Se
doasse um livro por ano, as bibliotecas brasileiras ganhariam um milhão de
novos livros anuais. Ou se lessem mais um talvez poderiam surgir mais um milhão
de ideias interessantes.
No
campo do comportamento diário, se cada cidadão que formasse esse milhão
varresse a frente do seu imóvel de 5 metros, seriam 5 milhões varridos
diariamente. Se cada cidadão fizesse uma ligação para uma ouvidoria, seriam 5
milhões de ligações. Se cada um reclamasse da lâmpada acesa durante o dia, do
vazamento de água, mais de 100 milhões de litros não seriam desperdiçados. Se
você evitasse um acidente, talvez um milhão de vidas seriam poupadas. Se não desse
propina seriam 2 milhões a menos de corruptos, um milhão de corruptores e outro
de corrompidos. Se não ultrapassasse o sinal vermelho, desse preferência ao
pedestre, andasse no limite de velocidade, outros milhões de vidas seriam
preservadas. Se denunciasse um agressor doméstico, milhares de mulheres teriam
a vida salva.
Muita
gente evita tomar essas atitudes por se achar insignificante ou sem
conhecimento suficiente para transmitir. O saber é ilimitado, portanto, se deve
repassar o que se sabe, sem importar o quanto.
Você
é uma unidade desse milhão hipotético que deveria se multiplicar para verificar
em quantos itens você se enquadre, o resultado poderá ser zero ou um milhão.
Talvez a solução dependa de bilhões de ações. Mas é de milhão em milhão...
Pedro
Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bacharel em direito
"NÃO HÁ DEMOCRACIA ONDE O VOTO É OBRIGATÓRIO"
Dr. Pedro Cardoso da Costa é colaborador deste blog.
Dr. Pedro Cardoso da Costa é colaborador deste blog.
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