Os
deputados da oposição vão trabalhar para que, em uma eventual segunda
denúncia contra o presidente Michel Temer, a Câmara autorize a abertura
de um processo pelo STF. A definição foi tomada numa reunião de líderes
de diversos partidos, realizada na liderança do PDT na hora do almoço.
Em pronunciamento no Plenário, o líder do PDT, deputado Weverton Rocha,
criticou o resultado da votação e disse esperar que os deputados votem
pela autorização para que o Supremo processe o presidente, caso se
confirme a informação que circula em Brasília de que uma nova denúncia
será apresentada pelo Ministério Público.
Na
avaliação de Weverton Rocha, o presidente Michel Temer saiu derrotado
na votação na Câmara, apesar de ter conseguido evitar o processo no
Supremo Tribunal Federal. Para ele, o resultado da votação demonstra a
fraqueza do governo. “Ele não tem o número constitucional de votos, 308,
para realizar as reformas que pretende, como a da Previdência, por
exemplo.”
Weverton
fez as contas e apontou que, entre oposicionistas e os que chamou de
governistas envergonhados, cerca de 50% dos deputados não se
posicionaram a favor de Temer. O número não foi suficiente para aprovar a
aceitação da denúncia proposta pelo Ministério Público contra o
presidente, no entanto revela que a base do governo não está coesa e
dificilmente aprovará todas as matérias vindas do Palácio do Planalto.
Críticas ao governo
Durante
sua fala, Weverton também criticou a atuação do governo Temer, que
segundo ele vem trabalhando apenas a favor das grandes corporações e
investidores. O deputado lembrou que o presidente enviou ao Congresso a
PEC 55, que congela os gastos públicos em educação e saúde, alegando
austeridade financeira, no entanto trabalha pela aprovação de um
programa de regularização tributária (Refis) que favorece grandes
devedores e desfalca os cofres públicos.
“Esse
é um desgoverno que envergonha o Brasil, que não tem legitimidade e faz
uma agenda contra os interesses nacionais”, afirmou em aparte a
Weverton o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA).
O
deputado Bebeto (PSB-BA) também aparteou o pronunciamento de Weverton,
que ele classificou de lúcido e pertinente, e aproveitou para denunciar a
movimentação do Ministério da Fazenda para criar mais uma alíquota do
Imposto de Renda, de 35%. “Isso é um massacre contra a sociedade
brasileira”, disse o deputado, que acusou o governo de fazer isso para
“pagar a conta” da votação que evitou o processo contra o presidente no
STF.
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