O ex-governador e ex-prefeito de Manaus Amazonino Mendes (PDT), 77 anos, saiu vitorioso na disputa com o senador Eduardo Braga (PMDB) para exercer o mandato de governador-tampão no Amazonas. O cargo no estado ficou vago em maio com a cassação de José Melo (Pros) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por compra de votos na eleição de 2014.
Com
100% da apuração concluída, Amazonino recebeu 59,21% dos votos no
segundo turno da eleição suplementar realizada neste domingo, 27.
O
candidato peemedebista, autor da denúncia que levou à perda do mandato
de Melo, ficou com 40,79% da preferência dos eleitores. Conforme Veja.com
antecipou, o percentual de eleitores que se abstiveram ou preferiram
cancelar o voto superou o do primeiro, realizado em 6 de agosto.
Ao
todo a taxa de ausência somada à de votos nulos e brancos chegou a
49,61%. Na votação de três semanas atrás ela foi de 40,17%. A diplomação
do eleito ocorrerá no dia 2 de outubro, ficando a data da posse a
critério da Assembleia Legislativa.
Após a campanha entre Eduardo
Braga e Amazonino Mendes ter se acirrado nos bastidores nos últimos
dias, o governador eleitor adotou um discurso de conciliação. O
pedetista defendeu a necessidade do processo político brasileiro
reconquistar a confiança da sociedade.
“É preciso valorizar a
política de forma correta, porque sem o caminho político é ditadura. O
único caminho para uma nação moderna é exatamente a democracia”, disse
Mendes. O governador eleito para uma gestão de 14 meses afirmou que terá
entre as prioridades “a restauração da dignidade política do estado”.
Ele
afirmou que sua quarta passagem pelo governo não será uma “concha de
retalhos”, com os auxiliares indicados por conluios partidários “O
político tem que ficar a reboque do mérito, e não o mérito a reboque do
político. O que a gente quer fazer é valorizar. efetivamente, o espírito
público”, disse.
Amazonino Mendes declarou ter estranhado a
postura ofensiva de Eduardo Braga e seus correligionários nos últimos
dias de campanha como estratégia de diminuir a vantagem nas pesquisas do
pedetista. “Não há motivos para guardar raiva, mágoas. É um cara que
fui eu quem ajudei a ser governador, a ser prefeito.”
Perfil
Amazonino
Armando Mendes nasceu em 1939 no município de Einurepé, no sudoeste do
estado, já na divisa com o Acre. Sua trajetória política começou ainda
no regime militar (1964-1985), quando foi escolhido para ser prefeito de
Manaus pelo então governador Gilberto Mestrinho, seu mentor político.
Em
1986 disputou pela primeira vez e venceu o cargo de governador do
Amazonas. No início dos anos 90 teve uma rápida passagem pelo Senado,
quando, em 1992, decidiu concorrer à prefeitura da capital, tendo
Eduardo Braga como vice.
Em 1994 renuncia para, outra vez,
pleitear o governo. Quatro anos depois é reeleito governador. Elege seu
sucessor, Eduardo Braga. Os dois rompem e ele decide encarar sua
criatura em 2006, mas perde. Volta à prefeitura de Manaus em 2008, que
foi sua última eleição até ser eleito agora como governador-tampão.
Além do PDT já foi filiado ao PFL (hoje Democratas) e o PTB.
Veja
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