
Cerca de 100 policiais federais cumprem
33 mandados judiciais no Distrito Federal, em São Paulo, no Piauí e no
Maranhão, sendo seis de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão e 9
de condução coercitiva. O lobista Alexandre Paes dos Santos, conhecido
como ‘APS’, um dos envolvidos na negociação das MPs, está entre os que
tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Foram presos o ex-conselheiro do Carf
José Ricardo da Silva, em sua casa em Brasília, e o consultor Mauro
Marcondes. O dono da CAOA, Carlos Alberto Oliveira Andrade, foi alvo de
mandado de condução coercitiva. As empresas dos dois, a SGR e a
Marcondes & Mautoni, foram contratadas pelo esquema de lobby para
suposta compra de MP.
A Polícia Federal está na sede da MMC
Automotores, empresa que fabrica veículos Mitsubishi no Brasil. A PF
também faz busca e apreensão na casa de Fernando César Mesquita. Ele já
foi porta-voz da Presidência da República e secretário de comunicação do
Senado durante a gestão do ex-senador José Sarney. Segundo as
investigações, Fernando Mesquita trabalharia com ‘APS’.
Fernando César Mesquita ocupou outros
cargos pelas mãos de José Sarney, o qual mantém uma relação de confiança
e amizade por vários anos. Exerceu, durante seu governo (1985-1990), as
funções de porta-voz da Presidência, de presidente do Ibama e de
governador do então território de Fernando de Noronha, quando o
arquipélago ainda não era parte do Estado de Pernambuco.
Como mostrou série de reportagens do
Estado, lobistas negociaram até R$ 36 milhões em pagamentos com
montadoras de veículos para conseguir a edição da MP 471, de 2009, pelo
governo e sua aprovação pelo Congresso. O texto prorrogava de 2011 a
2015 incentivos fiscais de fábricas instaladas no Norte, no Nordeste e
no Centro-Oeste. Também há suspeitas de lobby e corrupção para emplacar
outras duas MPs, uma de 2010 e outra de 2014, ambas para favorecer o
setor automotivo.
“Esta nova fase da operação aponta que
um consórcio de empresas, além de promover a manipulação de processos e
julgamentos dentro do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais,
foco inicial da Zelotes), também negociava incentivos fiscais a favor
de empresas do setor automobilístico”, diz nota divulgada pela PF.
“As provas indicam provável ocorrência
de tráfico de influência, extorsão até mesmo corrupção de agentes
públicos para que uma legislação benéfica a essas empresas fosse
elaborada e posteriormente aprovada”, informa a PF.
Em outra operação, a Acrônimo, a PF
também investiga um esquema semelhante, envolvendo as mesmas montadoras,
de compra de portarias do Ministério do Desenvolvimento para habilitar
empresas no Programa Inovar-Auto, como mostrou o Estado.
A primeira fase da operação foi
deflagrada em 26 de março deste ano, com o objetivo de desarticular
grupos que teriam atuado junto ao Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (Carf). São investigados na operação na Zelotes os crimes de
advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção
ativa, associação criminosa, organização criminosa e lavagem de
dinheiro. (Com informações do Estadão)
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