Representantes dos Governos do Maranhão e
Federal e de organizações indígenas se reuniram, na quarta-feira (21),
para avaliar o andamento das ações de combate ao incêndio na terra
indígena Araribóia. Durante o encontro, articulado pela Secretaria de
Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), foram
apresentadas as ações que já estão sendo realizadas para conter o
incêndio e as providências que serão adotadas para ampliar a agenda de
trabalho, reforçar o combate aos ilícitos ambientais e promover o
reflorestamento e a produção de insumos agrícolas em terras indígenas.
Participaram do encontro representantes
da Sedihpop, do Corpo de Bombeiros, da Fundação Nacional do Índio
(Funai), da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos
Indígenas do Maranhão (Coapima), da Defesa Civil do Estado do Maranhão e
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama).
Na reunião, o secretário de Direitos
Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, destacou as ações
do poder público estadual como o deslocamento das forças estaduais de
segurança para o local e o apoio do Pará, solicitado pelo governador
Flávio Dino. O Governo do Maranhão, por meio do Decreto 31.186, de 8 de
outubro, declarou situação de emergência em 11 terras indígenas no
Maranhão, tendo em vista diversas ocorrências de incêndio nelas
registradas.
O Decreto autoriza os órgãos que compõem
o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil a prestarem apoio
suplementar técnico e operacional aos municípios afetados. Além da
Araribóia, a situação se estende às terras indígenas Geralda Toco Preto,
Canabrava Guajajara, Governador, Krikati, Lagoa Comprida, Bacurizinho,
Urucu, Juruá, Porquinhos e Kanela.
Mais de 40 mil litros de retardante de
chamas foram utilizados na região. O produto potencializa em até 10
vezes o resultado obtido apenas com o uso de água. “O Governo do Estado
não tem medido esforços para combater o incêndio e, através do Corpo de
Bombeiros, vem lutando ao lado do Exército, PrevFogo e das populações
indígenas para controlar a situação”, afirmou Francisco Gonçalves.
O incêndio acontece há mais de 40 dias e
ameaça mais de 12 mil indígenas que vivem nas 143 aldeias da região,
situadas em regiões inóspitas e de difícil acesso. Segundo a
representante da Coapima, Kari Guajajara, o cenário é devastador. “A
formação desse grupo de trabalho é uma iniciativa boa. O incêndio está
atingindo os meios de subsistência dos índios que vivem no local”,
destacou.
Além da apresentação do cenário,
representantes da Funai entregaram ao titular da Sedihpop as demandas da
terra indígena Araribóia, que incluem a necessidade de reflorestamento,
do incentivo à produção agrícola e do reforço nas ações de combate à
extração ilegal de madeira. As demandas serão encaminhadas ao governador
Flávio Dino. A Sedihpop se comprometeu em articular o diálogo com as
demais Secretarias do Estado e o Ibama irá incluir na discussão outros
órgãos federais que possam reforçar as ações.
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“Precisamos identificar as
responsabilidades de cada órgão, pois há limites constitucionais que
limitam as ações do Estado. Por isso, estamos propondo a formação desse
grupo de trabalho para que, apontadas as competências de cada
instituição, possamos avançar no combate ao incêndio e na construção de
uma política pública específica para os povos indígenas”, salientou o
secretário Francisco Gonçalves.
No dia 27 de outubro, será realizada na
Aldeia Juçaral uma reunião para a construção do plano emergencial em
atendimento às famílias impactadas pelo incêndio. O encontro, articulado
pela Funai e Coapima, contará com a presença de órgãos dos Governos
Federal e Estadual.
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