
Em seu discurso, a deputada Valéria
Macedo frisou que as lutas políticas da enfermagem, em todo o país,
avançaram timidamente como, por exemplo, o caso do Projeto de Lei nº
229.95/2000, que há 14 anos tramita no Congresso Nacional, no sentido de
estabelecer a carga horária de 30 horas para os professionais de
enfermagem, incluindo enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem.
“Aqui, no Maranhão, aprovamos o Projeto de Lei, de minha autoria, no
mesmo sentido, mas, infelizmente, foi vetado pelo Poder Executivo”,
assinalou.
A solenidade de abertura da 75ª Semana
Brasileira de Enfermagem, no Auditório Fernando Falcão, foi iniciada com
uma palestra proferida pela professora Sílvia Cristina Viana Silva
Lima, que enfocou o tema ‘Uma abordagem sobre o protagonismo da
enfermagem na gestão do cuidado e os desafios para a consolidação do
SUS’.
Em sua fala, a professora Sílvia
Cristina Lima discorreu sobre as lutas, conquistas e desafios atuais do
enfermeiro, na perspectiva de um profissional que deve dar respostas a
indivíduos, famílias e comunidades. “Somos hoje uma profissão que tem
uma complexidade enorme, com uma dimensão ampla e variada que precisa
ser, cada vez mais, pensada e repensada por seus profissionais”, afirmou
a professora Sílvia Cristina, conclamando os participantes do evento a
refletir sobre as questões da saúde e da enfermagem, em particular.
Em seguida, fizeram explanações sobre o
tema ‘Protagonismo da Enfermagem no Processo de Cuidar’ as professoras
Santana Maria Alves de Sousa, Rosilda Mendes da Silva, Marielza Cruz
Sousa, Rosilda Silva Dias, o professor Luís Fernando Bogéa Pereira,
presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben-MA), e a
professora Joyce Santos Lages, na condição de representante do Hospital
Universitário.
A professora Santana Maria Alves de
Sousa informou que a 75ª Semana Brasileira de Enfermagem (SBEn) é
promovida pela Associação Brasileira de Enfermagem, suas seções,
regionais e núcleos, coordenada por uma comissão nacional e por uma
comissão no âmbito local.
Em sua fala, a deputada Valéria Macedo
frisou que, no Maranhão, as condições dos enfermeiros são ruins, as
relações de trabalho são precárias em grande medida e as condições de
trabalho são aquém do que merecem para bem desenvolver o nosso trabalho.
“Como resolver isso? Como sair desse
processo de certa acomodação em que nos encontramos? Acho que o caminho é
transformar cada enfermeiro maranhense num protagonista do processo de
trabalho social e político”, discursou a deputada.
Valéria Macedo, que é profissional da
enfermagem, convidou seus colegas de profissão a refletirem sobre como
encontrar um caminho próprio, capaz de conduzi-los ao protagonismo
social e político, no sentido do ato de empoderar, que é transformar a
si mesmo e aos outros em protagonistas, e sair de uma condição de
sujeição e de acomodação.
A deputada propôs aos profissionais de
enfermagem livrar-se do fardo de estar sujeito a uma subjetividade que
dita “quem você é e como deve agir”, tomando nas mãos as perguntas:
“Quem somos como profissionais? O que queremos fazer? Qual a nossa
representação no poder constituído?”. Segundo a deputada, o único
trabalhador que tem no seu íntimo profissional o cuidado como eixo, é o
da enfermagem.
“Precisamos construir um quadro de
enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem nos hospitais e demais
estabelecimentos de saúde do Estado, servidores públicos de carreira e
não de indicações políticas e contratações precárias. Somos a segunda
maior categoria profissional do Maranhão, só perdendo para os
professores, e somos dos Estados da Federação o que tem o menor número
de enfermeiros concursados por habitante. Por isso, o concurso público é
uma de nossas bandeiras de luta”, defendeu.
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