Ação no Supremo Tribunal Federal questionou acordo da estatal com a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, que previa criação de uma fundação para gerir a verba.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge — Foto: Reprodução/GloboNews
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G1 - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu junto ao
Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (8) que o dinheiro
pago pela Petrobras em um acordo firmado com os Estados Unidos seja repassado para o Ministério da Educação.
O acordo, fechado com o Departamento de Justiça (DOJ) e a Securities
and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos, previa que a Petrobras
pagasse uma multa para encerrar investigações, nos órgãos
norte-americanos, sobre irregularidades reveladas na Operação Lava Jato.
Também previa que 80% da multa, um valor de R$ 2,567 bilhões, deveriam ser investidos pela estatal no Brasil.
O Ministério Público Federal do Paraná, responsável pela Lava Jato no
estado, fechou um acordo com a Petrobras para que a verba fosse
destinada a uma fundação de direito privado criada para gerir os
recursos.
O acordo do MPF com a Petrobras foi contestado no Supremo Tribunal Federal. O relator é o ministro Alexandre de Moraes, que já suspendeu a homologação do acordo entre a estatal e o MPF do Paraná.
Na manifestação enviada ao STF, Dodge ressaltou que, pelo acordo
firmado com os americanos, os recursos podem retornar ao governo, mas
não "ingressar indiscriminadamente no caixa único da União", para evitar
que, como acionista majoritário, o governo aplique a verba na
Petrobras. Se isso acontecesse, o dinheiro voltaria para a estatal.
Dodge afirmou que a verba deve ser aplicada em ações orçamentárias
específicas que não impliquem em transferência, direta ou indireta, para
a Petrobras. Ela citou como possível destino programas do Ministério da
Educação.
“É importante realçar que há mecanismos de ingresso desses valores no
orçamento da União, em ações orçamentárias específicas e que não
impliquem em transferência, direta ou indireta, para a Petrobras, como,
por exemplo, ações orçamentárias a favor do Ministério da Educação, para
incremento de recursos financeiros nos programas de apoio ao
desenvolvimento da educação básica; apoio a infraestrutura para a
educação básica, aquisição de veículos para transporte escolar da
educação básica”, afirmou Dodge.
Dodge defendeu também que sejam reservados recursos para eventual
indenização de acionistas minoritários da Petrobras no Brasil.
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