Um homem morreu e seu sogro ficou ferido,
por volta das 14h40 desse domingo, após militares do Exército atirarem contra o
carro no qual eles estavam, na Estrada do Camboatá, em Guadalupe, Zona Oeste do
Rio. Familiares e amigos de ambos alegam que eles foram confundidos com
bandidos. Já o Exército afirma que os homens são criminosos e atiraram contra a
tropa, que só revidou “a injusta agressão”. Um homem que passava no local
também ficou ferido.
A vítima fatal foi identificada apenas
como Evaldo e seu sogro, Sérgio. Também estavam no carro a mulher e o filho de
Evaldo, de 7 anos, além da afilhada do casal, de 13, que nada sofreram.
— Quando eles (militares) começaram a
atirar, minha tia pegou meu primo no colo e mostrou que era carro de família,
mas mesmo assim eles não pararam de dar tiros — relatou um dos sobrinhos de
Evaldo, conhecido como Manduca.
Ainda não há informações oficiais sobre o
estado de saúde de Sérgio e do pedestre ferido. Segundo um amigo da vítima, que
preferiu não se identificar, Evaldo e o sogro estavam nos bancos da frente,
enquanto atrás estavam a mulher, o filho e a afilhada do casal.
— Na medida do possível eles estão bem. O
menino saiu sem sequelas, sem ferimento nenhum, mas a esposa do Manduca está
dopada. Tiveram que dar remédio pra ela porque está muito abalada — disse,
frisando que não ocorreu troca de tiros.
O homem que morreu era músico e foi o
primeiro cavaquinista do grupo de samba "Remelexo da cor", segundo a
página do conjunto no Facebook, que publicou uma nota de pesar na noite deste
domingo.
"Olho pro céu e peço a Deus que mande
a paz do sentimento verdadeiro dos mortais. Aqui embaixo o pesadelo está,
demais, demais", diz trecho do post.
Nas redes sociais, dezenas de moradores da
região fizeram postagens defendendo que os dois homens que estavam no carro e
foram alvejados são inocentes e foram baleados por engano. Vídeos que circulam
mostram um clima tenso entre militares e moradores.
"Um pai de família que se vai, a
família estava dentro do carro", disse uma usuária do Facebook.
"Pessoal do exército confundiu carro
da família com o carro dos bandidos que era parecido. Como o carro era de vidro
escuro, metralhou e não eram os bandidos", afirmou outra pessoa.
"Teve sim (troca de tiros) mais cedo,
mas nessa hora não havia mais, eles confundiram e metralharam o carro",
escreveu mais um internauta.
Em nota, o Comando Militar do Leste
informou que os militares teriam se deparado com um assalto em andamento e os
supostos criminosos, ao avistarem a viatura, abriram fogo contra a tropa, que
revidou. “Como resultado, um dos assaltantes foi a óbito no local e o outro foi
ferido, sendo socorrido e evacuado para o hospital”, diz o comunicado.
Mais cedo, uma guarnição do Exército que
estava em patrulhamento na comunidade do Muquiço, onde há uma pequena vila
militar, foi alvejada por inúmeros traficantes. Houve confronto no local, mas
ninguém ficou ferido. Duas viaturas Lince blindadas, adquiridas no ano passado
para as operações de Garantia da Lei e da Ordem no Rio de Janeiro, foram
alvejadas.
A Delegacia de Homicídios da capital foi
acionada e fez perícia no local.
Jovem
foi morto por militares do Exército em Realengo
Na madrugada da última sexta-feira,
Christian Felipe Santana de Almeida Alves, de 19 anos, foi morto por militares
do Exército durante uma blitz na Estrada Pedro de Alcântara, em Realengo. Ele
estava na garupa da moto de um amigo de 17 anos. O Comando Militar do Leste
alega que os jovens não obedeceram a ordem de parada e furaram o bloqueio, mas
a família contesta essa versão.
Informações do Jornal Extra
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