Por: Robson Paz
O
Maranhão tem um patrimônio cultural singular. A poesia nos legou o
título de Atenas Brasileira. Nossa arte, folclore, música compõem a rica
cultura, que encanta todos que conhecem nosso estado.
Nos
últimos dois anos e três meses, a cultura maranhense vive ambiente de
efetiva valorização, para além do calendário tradicional de São João e
Carnaval.
Programas
como o “Mais Cultura e Turismo” conjugam dois dos principais atrativos
do estado. O respeito, reconhecimento e promoção dos mestres e mestras
da cultura popular do Maranhão, realizado pelo governo Flávio Dino,
valoriza e estimula os ícones de nossa cultura, além de incentivar os
mais jovens a perenizarem este legado cultural.
A
instalação de salas de cinema no interior do estado, por meio do
projeto ‘Cinema na Cidade’, é outra inovação, que fortalece as políticas
públicas de audiovisual para os maranhenses. Incrementam outras
conquistas, como a realização de editais de seleção para projetos
audiovisuais no estado, a implantação da Escola de Cinema do Maranhão e a
recuperação de espaços culturais, como a Escola de Música e o Centro de
Criatividade Odylo Costa Filho.
Por
muito tempo, parte de nossas manifestações culturais foi marginalizada.
Duas delas são emblemáticas: o bumba-meu-boi e o reggae. O primeiro
visto como cultura menor tinha suas apresentações até a década de 90
pagas com bebidas. Somente a partir desse período, teve mais atenção.
Contudo, por décadas, este segmento cultural foi utilizado como espaço
para promoção político-eleitoral. A despeito desta realidade, o
bumba-meu-boi se popularizou. Tornou-se um dos principais atrativos
turísticos do estado.
O
reggae, por sua vez, de raízes jamaicanas, encontrou terreno fértil em
São Luís. Mas, enfrentou muita resistência por parte da “elite” local.
Tido como música de periferia enfrentou todo tipo de preconceito.
Ultrapassou os muros dos salões de bairros pobres da cidade. Avançou
conquistando a classe média, intelectuais, universitários.
Conquistou
dessa forma seu espaço na cultura contemporânea do Maranhão. Sua força
foi demonstrada também na cena política de São Luís e do estado. A
“massa regueira” elegeu vereadores e deputado federal identificados com o
movimento.
Entretanto,
nem a mídia em rede nacional espontânea foi capaz de sensibilizar as
autoridades de outrora a dar-lhe o devido valor cultural e turístico.
Na
semana passada, foi anunciada a criação do Museu do Reggae. Um passo
importante. Para tocar este relevante projeto foi convidado o jornalista
e radialista Ademar Danilo. Escolha acertada por se tratar de um dos
pioneiros e entusiastas do movimento na ilha.
A
valorização do reggae é parte da política cultural inclusiva em curso
no estado. Estímulo à produção cultural, literária, cinematográfica, que
concorrem para a formação de novos talentos e a democratização do
acesso aos bens culturais.
Riqueza
que se consolida como importante produto turístico. Parafraseando o
poeta Ferreira Gullar, é o povo que liberto se levanta como seu próprio
senhor. O povo é o rei encantado no touro que ele inventou. Terra de
encantos.
Robson Paz é radialista, jornalista, secretário adjunto de Comunicação Social e diretor-geral da Rádio Timbira AM.
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