
Os
de “baixo” regozijam-se a cada peixe grande pendurado no “anzol” da Polícia
Federal, seguindo sem espernear. Parecem perceber o que é “ser gente”. Têm
noção da enrascada que estão se metendo, da seriedade e do preparo da Polícia
Federal. Sabem que dificilmente juízes e tribunais dóceis dificilmente terão
argumentos para livrá-los de pagarem pelo que fizeram, como a prisão domiciliar
da mulher do ex-governador do Rio de Janeiro. Só os filhos dela sentem falta de
mãe.
A
PF se tornou a instituição que mais inspira confiança aos brasileiros. E está
preparada para os ataques virulentos dessa gente graúda, acostumada a comer o
dinheiro da viúva impunemente. E, também, da investida da grande mídia,
convenientemente do lado do poder político e do econômico.
Com
a deflagração da Operação Carne Fraca o corporativismo se manifesta de forma
impiedosa, compreensível de parte da mídia, pelos milhões que recebiam para
exibir famosos estimulando o consumo de carne, pouco importando se está
estragada ou não. Deveriam ser cobrados por isso quando aparecessem em público.
A
crítica mais contundente seria quanto à forma “espalhafatosa e midiática” na
apresentação da Operação e da generalização. Nenhum crítico aponta a forma e
proporção corretas de como essas apresentações deveriam ser realizadas. Nem se
dão conta de que o estardalhaço é feito pela própria mídia. São públicas,
porque assim devem ser todos os atos da Administração Pública. Essa casta
brasileira não está acostumada com as ações às claras. Se as apresentações
fossem discretas seriam criticadas por falta de publicidade. E o governo
gostaria que fosse sigilosa para acobertar tudo. Seguiria a cartilha de quem
ensinou “que a gente mostra o bom e esconde o ruim”.
Se
há generalização, essa ou vem da mídia ou de quem recebe a notícia. São poucos
frigoríficos perto da imensidão, diz o presidente da República, citando
números. Sua Excelência não menciona quantos foram investigados desse universo.
E rebate apontando o rigor na fiscalização. Se tem uma coisa que não funciona
neste país é qualquer órgão fiscalizador, a não ser a Receita Federal sobre os
mortais, uma vez que os de cima levam milhões sem nenhum incômodo.
Também
se queixam da falta de aviso prévio ao Ministro da Agricultura. É como colocar
um investigado para presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado; ou
a raposa tomando conta do galinheiro. Quando a Polícia Federal agir assim, sua reputação
vai para a lata do lixo, como os políticos atuais, considerando a regra.
Como
sempre no Brasil, o governo se encarregou de tomar todas as medidas, sendo a
principal, apertar a fiscalização. Com isso, dá o atestado de que, se apertou
depois das denúncias, é porque estava frouxa.
Fala-se
em casos pontuais, mas se esquece de que no Brasil só não detecta corrupção até
a chegada da Federal. Agora, a PF precisa apenas estender as operações para
pegar alguns nichos, em especial a própria mídia, a área da medicina, da
educação, e suas merendas, entre outros.
Pior
de todo o episódio foi não demonstraram preocupação nenhuma com os 80% de
consumidores internos. Todas as preocupações, medidas e atenções foram para os
20% exportados. Por eles, os brasileiros comeriam carne estragada pelo resto da
vida.
O
governo federal tem se mostrado o principal opositor da Polícia Federal e do
Ministério Público, assim como de quaisquer instituições públicas que funcionem
bem.
Pedro Cardos da Costa –
Interlagos/SP
Bacharel em direito
Pedro Cardoso da Costa é colaborador do blog Barradocordanews.com
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