O Ministro interino do Meio
Ambiente, Sarney Filho, é citado na delação premiada do ex-presidente da
Transpetro, Sérgio Machado, como beneficiário de R$ 400 mil do esquema de corrupção
montado na estatal.
No trecho da delação que trata
da propina a José Sarney, há uma tabela com o montante de R$ 18,5 milhões de
repasses. Desse total, em 2010, Sarney Filho teria recebido R$ 400 mil em forma
de ‘vantagens ilícitas em doações oficiais’. O dinheiro seria de propina de contratos da
Transpetro com empresas como a Camargo Corrêa e Queiroz Galvão.
Do
total de R$ 18,5 milhões destinados a Sarney, R$ 2,25 milhões foram
pagos por meio de doação oficial pelas empresas Camargo Corrêa e Queiroz
Galvão. É desse montante que saíram os R$ 400 mil a Sarney Filho. O
restante, R$ 16,25 milhões, foi entregue em dinheiro vivo a José Sarney,
ao longo de oito anos, segundo Machado.
Machado
revela que conheceu
Sarney em 1982. Em 2006, diz que foi procurado por Sarney em busca de
ajuda
para sua base política. O ex-presidente relatou dificuldade para manter
suas bases no Amapá e no maranhão. Queria ajuda para ver o que poderia
ser feito.
Ficou definido pagamento anual de propina para a sustentação política
dessa base.
Eram doações oficiais e não oficiais, com repasses feitos até 2014. Em
anos
eleitorais, os repasses eram feitos por doações oficiais, a partir de
julho.
Revoltado,
Sarney Filho diz que Sérgio Machado é “monstro moral”, “picareta” e “marginal”
Sarney Filho reagiu com indignação
à acusação de ter recebido propina de R$ 400 mil do esquema de corrupção
coordenado pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
Em nota, o ainda ministro chamou
o ex-presidente da Transpetro de "monstro moral",
"picareta" e "marginal" que, segundo ele, "chegou ao
cúmulo de gravar uma pessoa de 86 anos no leito de hospital".
Sarney Filho disse ainda que
dizer que doações oficiais, amplamente publicizadas e aprovadas pela Justiça
Eleitoral, seriam produto de 'vantagens indevidas', pedidas por meu pai, é
muito fácil para um picareta que, como ele, não teve o pudor de usar seus três
filhos na roubalheira bilionária que promoveu".
"Vi esse marginal várias
vezes na casa de meu pai, de quem se dizia amigo, porém nunca conversamos nada
que levantasse de minha parte a menor suspeita sobre o bandido que ele é”,
concluiu o ministro na nota.
A
queda moral de Sarney
As revelações de Sérgio Machado
podem ser uma pá de cal na oligarquia Sarney, moralmente destruída. A aura de
pureza que pairava sobre o oligarca foi dissipada. O imortal, na verdade, é um
simples mortal, cheio de pecados e vícios da velha política patrimonialista.
É
mais um que usa a coisa pública como privada. Para ele, a política é um
negócio rentável. Talvez seja a principal fonte de enriquecimento
ilícito e de montagem de um império econômico e midiático.
GLima
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