17 junho, 2016

Juízes não permitirão ingerência na Lava Jato, diz Roberto Veloso ao tomar posse na presidência da AJUFE

Magistrado disse que corrupção é “nociva, indigesta e cheira mal”
 
 
Ao tomar posse na  quarta-feira (15), como presidente da Associação Nacional dos Juízes Federais (Ajufe) – entidade que congrega cerca de dois mil magistrados, inclusive Sérgio Moro, do Paraná – Roberto Veloso garantiu que a entidade não irá permitir qualquer ingerência no trabalho dos juízes federais na Operação Lava Jato.

O juiz federal maranhense fez questão de ressaltar os males causados pela prática da corrupção no país. “Não há nada mais injusto contra o fraco oprimido do que a corrupção. Ela é nociva, carcomida, indigesta, cheira mal”, disse.

Veloso acrescentou: “a corrupção tira as crianças das escolas, nega-lhes a merenda escolar, enche os corredores dos hospitais, avilta os vencimentos dos servidores, a iniciativa privada se deteriora e o serviço público como um todo é pessimamente prestado”.

Segundo o novo presidente da Ajufe, a atividade criminosa vai se entranhando pelas estruturas e atinge o âmago das instituições, destruindo tudo, igual a cupim em madeira apodrecida.

“A sociedade brasileira não merece mais conviver com os recursos arrecadados dos seus tributos sendo desviados para fins escusos”.


Roberto Veloso disse que durante a sua gestão vai lutar para que entrem em funcionamento no país mais quatro Tribunais Regionais Federais: Amazonas, Minas Gerais, Bahia e Paraná. Ele lembrou que há três anos foi aprovada a Emenda Constitucional 73, mas há mais de 1000 dias uma liminar do então ministro Joaquim Barbosa impede a instalação das novas cortes federais.
 
Gilberto Lima

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