O cardiologista clínico está há 33 anos trabalhando no Brasil, 23 deles só no Piauí; validação do protocolo pode ajudar a salvar muitas vidas
Por Luiz Brandão
Piauí Hoje
O
médico cubano Jesús Fleitas Rivero, de 52 anos, criou um novo protocolo
de um tratamento que vem desenvolvendo com sucesso, no Piauí, em
vítimas da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Ele está na
linha de frente de combate ao vírus.
Em nenhuma das fases
da doença o médico administra ou indica a seus pacientes o uso da
hidroxicloroquina, medicamento que vem causando muitas controvérsias no
meio científico por causa dos seus efeitos colaterais.
O trabalho
do cardiologista está sendo feito a partir da experiência com 18 pessoas
que testaram positivo para o novo coronavírus e se tornaram pacientes
do Jesús Rivera, que trabalha em três hospitais de Teresina - DMI,
Itacor e Med Imagem.
Formado em Cuba, o médico Jesús Fleitas
Rivero mora há 23 ano Piaui e quer validar esse novo protocolo para que
possa ser adotado nos hospitais do estado e ajudar salvar vidas de
vítimas da Covid-19. Para isso, o médico já fez contato e está
aguardando resposta do governador Wellington Dias.
No tratamento
desenvolvido por Rivera, em todas as fases da Covid-19 são usados
basicamente três medicamentos - nitazoxanida, azitromicina e prednisona.
De
acordo com o médico, dependendo da evolução da enfermidade e da
situação de cada paciente, algumas medicações complementares como
metilprednisolona, antibióticos de amplo espectro e heparina são
acrescentadas.
Fases da Covid-19, segundo Jesús
O
médico Jesús Fleitas Rivera dividiu a Covid-19 em quatro fases: 1 -
replicação do vírus; 2 - inflamatória; 3 - trombogênica; 4 - da
coagulação intravascular disseminada.
Na primeira fase, a inicial,
da replicação viral, que vai de 1 a 5 dias, o tratamento é feito com
Nitazoxanida (500 mg de 8 em 8 horas durante 7 días) mais a Azitromicina
(500 mg 2 cápsulas de 12 em 12 horas, durante 5 días).
"Na
fase inicial da doença, a da replicação, o paciente apresenta febre
tosse e perde o olfato e o paladar. A pessoa, comprovadamente infectada,
recebe a prescrição e fica em casa, isolada, sem contato com familiares
ou amigos, tomando os remédios e as medidas de higiene", explica Dr
Jesús.
Na segunda fase, a inflamatória, que vai de 5 a 10
dias é quando cresce a velocidade de sedimentação sanguínea e se eleva
radicalmente a concentração da chamada "proteína C reativa" no sangue, a
medicação é acrescida de Prednisona (60mg pela manhã durante 5 dias).
"Essa
é a fase chamada de tormento imunológico, do mal estar geral, dor,
febre e tosse. O repouso de pelo menos 12 horas por dia é importante
para poupar esforços do paciente, diz o médico.
Na terceira
fase, a da trombogenia (formação de trombos), que o médico subdividiu
em duas e que vai de 7 a 12 dias, é acrescida a Heparina BPM (Baixo Peso
Molecular).
Rivera explica que no primeiro momento da terceira
fase da Covid-19 há uma trombogenia pulmonar superficial, dificultando a
respiração (falta de ar). No segundo momento dessa fase a situação se
agrava, porque começa ocorrer uma trombogenia pulmonar profunda.
"Neste
ponto, é necessária uso imediato da metilprednisolona EV, de
antibióticos de amplo espectro e da Heparina BPM. É também neste ponto
que os médicos devem avaliar a necessidade de respiração mecânica", diz Jesús Rivera.
A quarta
fase da Covid-19, segundo o médico, é a mais grave, pois ocorre a
coagulação intravascular disseminada nos pulmões, sendo necessário, além
de toda a medicação prescrita, a ventilação mecânica. É nesta fase em
que ocorrem a maioria absoluta dos óbitos.
Em
entrevista ao jornalista Luiz Brandão, editor do portal Piauí Hoje
(www.piauihoje.com), o médico cubano explica como é o tratamento
seguindo protocolo que ele quer validar junto às autoridades de saúde do
estado.
O médico chama de fantástico os resultados que obteve no
tratamento de pelo menos 18 pacientes de Covid-19 que acompanha em
Teresina. Do total, apenas dois necessitaram de internação.
Ele
também explica que os medicamentos principais que prescreve para os
pacientes vítimas do novo coronavírus podem ser usados em todas as fases
do tratamento e que os efeitos colaterais são infinitamente menores e
menos graves que os já conhecido no uso da hidroxicloroquina.
A
cloroquina vem sendo usada contra o novo coronavírus nos primeiros cinco
primeiros dias dos sintomas da Covid-19. O remédio é indicado para
tratar doenças como afecções reumáticas e dermatológicas, artrite
reumatóide e lúpus.
Comprovadamente, o medicamento apresenta
efeitos colaterais graves, que podem levar a morte, como taquicardias,
arritmias e até paradas cardíacas. Também causa efeitos colaterais
indesejáveis e perigosos ao fígado e rins. Por isso a cloroquina precisa
ser administrada como muito cuidado em pacientes com Covid-19 porque
muitos tem comorbidades graves.
Os resultados de sucesso do
tratamento criado pelo médico Jesús Fleitas Rivera são testemunhados por
outros médicos e por pacientes. Também são confirmados em documentos e
em exames, como tomografias realizadas no início durante e no final do
tratamento.
Vários pacientes tratados por Rivera fazem depoimentos
em vídeo e mostram exames para comprovar a eficiência do tratamento. O
médico criou um grupo de Whatsapp com os pacientes e todos os dias
acompanha a situação de cada um. São duas consultas diárias, uma no
início da manhã e outra no fim da tarde.
A seguir, o vídeo gravado pelo médico e enviado ao jornalista Luiz Brandão.
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