
Em seu primeiro corpo a corpo com eleitores depois de formalizado
como candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad virou “Luiz Fernando
Haddad Lula da Silva” durante ato nesta quinta-feira (13) em
Carapicuíba, na Grande São Paulo.
A união dos nomes foi promovida pelo locutor do ato, reforçando a
tônica da campanha petista, que busca a todo custo convencer o
eleitorado que Lula e Haddad são uma coisa só.
Vestindo uma camisa vermelha com o rosto de Lula estampado, Haddad
caminhou por um calçadão de Carapicuíba vazio, apesar do horário
comercial. O candidato parou em algumas lojas para cumprimentar
eleitores, sempre cercado por militantes e candidatos do PT e do PCdoB.
De lá, Haddad seguiu para o calçadão da vizinha Osasco, onde a
recepção foi mais numerosa e calorosa, despertando a curiosidade dos
trabalhadores do comércio local. Ao lado de Manuela D’Ávila (PCdoB),
candidata a vice; do ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza (PT),
candidato a deputado estadual; e do presidente da CUT (Central Única dos
Trabalhadores), Vagner Freitas, protagonizou uma cena típica de
campanha eleitoral na rua: parou para comer em uma das inúmeras barracas
de cachorro-quente do calçadão.
Alguns metros adiante, nova parada, desta vez para cantar “Asa
Branca”, de Luiz Gonzaga, ao lado de uma dupla de sanfoneiros e puxar um
coro em apoio a Lula.
Ao longo da caminhada, militantes reclamaram de não conseguir chegar
perto para tirar fotos com o candidato, que andou o tempo todo cercado
por um cordão humano de seguranças.
“Eu quero ver quem é esse Haddad”, disse em voz alta uma senhora que passava pelo calçadão, de celular em punho.
A presença de seguranças em torno de Haddad foi mais ostensiva do que
em compromissos públicos realizados pelo petista antes de ele ser
confirmado como candidato do partido, o que aconteceu na terça (11). No
fim do percurso, quando parou para falar com a imprensa, Haddad foi
perguntado se vestia um colete à prova de balas.
“Quer que eu mostre minha barriga tanquinho para você?”, respondeu, em tom de brincadeira.
Haddad discursou nas duas cidades, deixando clara a estratégia de
convencimento do eleitorado: lembrar que foi escolhido por Lula como
candidato; que foi ministro da Educação de Lula; e que falta pouco tempo
para o primeiro turno.
“Lula disse: toma a tocha na tua mão e diz pro povo que você me
representa, e eu represento você”, disse Haddad de cima de um trio
elétrico em Carapicuíba, onde também falou de creches construídas na
cidade com apoio do Ministério da Educação na sua gestão.
Nas duas cidades, o candidato foi apresentado por ex-prefeitos que
agora disputam vagas de deputado estadual, Sérgio Ribeiro (Carapicuíba) e
Emídio de Souza (Osasco). Os dois locais já foram fortes redutos
petistas. Ribeiro teve dois mandatos como prefeito (2009-2016), assim
como Emídio (2005-2012) — desempenho que não se repetiu nas duas últimas
eleições municipais, em 2016.
Nas eleições presidenciais de 2014, Dilma perdeu para Aécio Neves
(PSDB) no segundo turno em Osasco e Carapicuíba, ao contrário de 2010,
quando superou José Serra (PSDB).
Haddad encara o desafio de se tornar conhecido da maior parte do
eleitorado como o candidato de Lula a tempo do primeiro turno. No Ibope
de terça (11), ele teve 8% das intenções de voto, embolado com mais três
candidatos no segundo lugar.
Amanhã, o concorrente petista faz campanha no Centro do Rio e dá
entrevista ao “Jornal Nacional”, da TV Globo. No sábado, visita as
cidades de Vitória da Conquista e Jequié, ambas no interior da Bahia, ao
lado do governador baiano Rui Costa, candidato à reeleição.
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