Fósseis de 113 milhões de anos foram descobertos no município de
Presidente Dutra, a 350 km de São Luís. Um professor da cidade encontrou os
fósseis e entrou em contato com pesquisadores em São Luís. Foi encontrado em
uma rocha o esqueleto de uma espécie de peixe da época dos dinossauros, segundo
os pesquisadores.
Também foi achado um
crustáceo que recebeu o nome de codo isópode brejense em
homenagem a região onde foi achado. A descoberta vai ajudar os pesquisadores a
entender melhor como se deu a formação de um grande lago que ficava em um
território que cobria de leste a oeste do Maranhão.
“Estudos indicam, pela
destruição das rochas sedimentares que um dia se formaram nesse lago, que esse
antigo ecossistema tinha uma dimensão regional e até intercontinental. Dominava
quase todo o nordeste, centro-norte do Maranhão e parte do oeste da África”,
declarou Rafael Lindoso, doutor em paleontologia do Instituto Federal do
Maranhão.
Desde 2010 são encontrados fósseis de várias espécies de peixes
e crustáceos nos municípios de Brejo, Codó e Presidente Dutra. De acordo com o
paleontólogo Manuel Medeiros, esse achado mais recente significa um grande
avanço nos estudos arqueológicos de espécies e da formação do continente
americano.
“Nessas últimas décadas os achados no
Maranhão têm colocado o estado em uma posição privilegiada quando você resgata
informações que estão na história dos continentes do hemisfério sul. Então essa
época que está registrada por esse lago faz parte de um conjunto maior de
ocorrências que documenta a separação da América do Sul com o a África. Esse é
um episódio extremamente importante para história do próprio planeta”, contou o
pesquisador.
Por
enquanto, todas as novidades serão objeto de estudo dos pesquisadores e ainda
não fazem parte da exposição permanente do Centro de Pesquisa de História
Natural e Arqueologia do Maranhão. O acervo deve ajudar pesquisadores na
identificação de novas espécies e outras descobertas da história.
"Agente
vem fazendo o nosso papel no sentido de deixar disponível essas informações
novas para a comunidade científica para que tome posição desse conjunto muito
maior de informações importantes que contam a história do Brasil, do Maranhão e
da terra”, comentou o paleontólogo Manuel Medeiros.
G1 MA
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