O
 homem que deu uma facada em Jair Bolsonaro enquanto o candidato a 
presidente do PSL fazia campanha em Juiz de Fora (MG) e identificado 
pela Polícia Federal como Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, afirmou,
 na hora em que era conduzido pelos policiais, estar cumprindo uma 
“ordem de Deus”.
A
 informação é de Luis Boundens, presidente da Federação dos Agentes da 
Polícia Federal, a Fenapef. Ele conversou com seus colegas que estavam 
no local do ataque e não só tiveram de prender o agressor como conter a 
multidão que tentou linchá-lo após o atentado. “Os colegas disseram que 
ele imediatamente começou a dizer que estava em missão divina, o que 
levou o pessoal a duvidar da integridade psicológica dele”, disse 
Boudens.
Em
 sua página no Facebook, Bispo de Oliveira escrevia críticas a Bolsonaro
 e, com menor frequência, a outros políticos, como a candidata a 
vice-presidente na chapa do PSDB, a senadora Ana Amélia (PP-RS). A 
Maçonaria também era assunto de suas publicações: “Deveria serem (sic) 
todas lojas maçonicas (sic) do país incediadas por completo”. Bispo de 
Oliveira foi filiado ao PSOL de Uberaba, em Minas Gerais, entre maio de 
2007 e 2014. A executiva estadual do PSOL de Minas Gerais divulgou nota 
em que afirma que a agressão é “um grave atentado à normalidade 
democrática e ao processo eleitoral” e disse repudiar “qualquer ação de 
ódio”.
Bolsonaro
 fazia um ato de campanha nos arredores do Parque Halfeld, local de 
grande concentração popular no centro de Juiz de Fora, no momento da 
agressão, e foi levado imediatamente para a Santa Casa da cidade. Ele 
estava nos ombros de apoiadores quando foi atacado. O candidato tinha em
 sua escolta quatro agentes da Polícia Federal. Segundo o presidente da 
Fenapef, Bolsonaro costumava cumprir as recomendações de segurança dos 
agentes. Desta vez, ele não usava colete a prova de balas.
Na 
Santa Casa de Juiz de Fora, Bolsonaro passou por uma laparotomia 
exploradora, para identificar a extensão das lesões. Esse procedimento 
foi adotado porque os exames de tomografia e ultrassonografia revelaram 
que a facada poderia ter atingido o fígado e o intestino.
Durante
 a cirurgia, constatou-se uma lesão da artéria mesentérica, que leva 
sangue para o intestino. Foi suturada. Houve também uma lesão 
transfixante no intestino grosso, e três no intestino delgado. As quatro
 foram cuidadas com sucesso. A lesão do fígado não se confirmou. A 
cirurgia conseguiu estancar o sangramento que ele apresentava ao chegar 
ao hospital, e que provocou uma situação clínica instável e um quadro de
 pressão arterial muito baixa. Recebeu uma transfusão de sangue, duas 
bolsas de 300 mililitros cada.
A
 equipe que protege Bolsonaro costumava dizer que ele era, entre os 
candidatos à Presidência, o que mais tinha disposição, apesar dos 63 
anos de idade. “O pessoal costumava dizer que só Fernando Collor, em sua
 época, enfrentava agendas tão intensas”, contou Boudens, que afirmou 
ter a informação de que Oliveira está isolado em uma sala da 
Superintendência da Polícia Federal.
Do Uol

Nenhum comentário:
Postar um comentário