A Delegacia da Mulher está investigando
uma denúncia contra um radialista acusado de oferecer oportunidades de emprego
enquanto pedia por sexo. O caso veio à tona após uma transexual colocar em seu
blog pessoal que o radialista Samir Ewerton estava aplicando teste do sofá para
recrutamento de jornalistas.
A repercussão cresceu quando a
jornalista Acsa Serafim expôs nas redes sociais conversas com mulheres
diferentes em que o radialista Samir Ewerton propõe sexo enquanto conversava
sobre propostas de emprego.
De acordo com a Delegada da Mulher,
Wanda Moura, cinco mulheres já fizeram denúncia alegando terem recebido
mensagens do celular com propostas de sexo.
“Durante o dia de hoje (8), cinco
mulheres apareceram registrando boletim de ocorrência de que teriam sofrido
assédio por parte do radialista. Em troca de uma oportunidade de emprego, o
mesmo estaria propondo relações sexuais com as mesmas. Todas estudantes. (...)
São mensagens de celular que elas falam que recebiam. A partir do relato dessas
vítimas a gente vai poder fazer uma tipificação mais especifica de que crime
teria ocorrido”, afirmou.
Para a delegada, a partir das primeiras
informações colhidas na delegacia, o radialista será intimado para prestar
depoimento e ainda pode responder por outros crimes, além de assédio.
“Pode ocorrer o crime de assédio sexual,
crime de injúria, importunação ofensiva ao pudor... Só no decorrer das
investigações, com relatos mais detalhados das declarações de cada uma dessas
mulheres e com a análise e perícia nesses telefones celulares que vamos poder
chegar a verdade dos fatos.”, declarou a delegada.
De acordo com a jornalista Acsa Serafim,
já existe um grupo em uma rede social em que mais de 50 mulheres afirmam terem
passado por casos de assédio com ele. Uma delas, que preferiu não se
identificar, contou que vinha sendo assediada há bastante tempo, enquanto era
estagiária, e que chegou a receber uma foto íntima dele pelo celular.
“Ele me elogiava, falava que eu era
bonita... esses tipos de elogio que eu só agradecia, nada mais. Da última vez
ele falou que eu era muito sexy. Eu agradeci, cortei ele e parei de responder.
Ele voltou e disse: Sumiu? Aí eu falei que estava trabalhando muito. Depois ele
começou a falar que se separou recentemente, que fazia tempo que não transava
com ninguém... que queria que eu o estimulasse e mandou uma foto. Eu fiquei sem
reação de resposta e falei depois que a relação tinha que ser profissional e
bloqueei ele no whatsapp", relatou.
Samir fez um Boletim de Ocorrência (B.O)
informando que seu celular foi extraviado. Por telefone, ele disse que, no
sábado (3), teria perdido o celular e que as mensagens não foram escritas por
ele.
“Na noite de sábado para domingo, na
madrugada, eu estava vindo de uma festa no Itapiracó. Estava escuro e o carro
foi morrendo dentro dágua e ficou lá até de manhã e eu dentro. De manhã passou
um rapaz em uma bicicleta e eu pedi para ele empurrar o carro comigo. Eu acho
que nesse momento meu celular caiu na água, não sei. O fato é que ontem que ele
começou a emitir sinais e estava lá perto, em via pública ainda. Com meu outro
celular deu para rastrear e eu não sei se alguém pegou algumas conversas
normais e transformou em acusações. O cara mandou propostas sexuais para
garantir oferta de emprego, mandou nudes como se fosse meu pênis. Não fui eu
quem mandei. O celular estava extraviado", explicou.
Samir informou ainda que trabalhava na
Rádio Universidade e que, por meio de uma parceria, era repórter esportivo na
Rádio Timbira, mas sem contrato. A Rádio Universidade emitiu uma nota
informando a demissão dele.
"A Rádio Universidade vem a público
esclarecer que já foi formalizado junto a Sousândrade o pedido de providências
para a demissão do funcionário e que, definitiva e irrevogavelmente, não
compactua com qualquer comportamento inadequado, e reitera que os assédios
moral e sexual são inadmissíveis", informa a nota.
Com informações do G1 Maranhão
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