03 fevereiro, 2018

Morte de cirurgião-dentista no TAF da PM foi causada por trombose venosa profunda, diz Cebraspe; amiga relata agonia de Marcone


O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) confirma que a morte cirurgião-dentista Marcone Ferreira Cordeiro, de 29 anos, durante o Teste de Aptidão Física (TAF), foi causada por Trombose Venosa Profunda. A informação foi passada ao Cebraspe pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).

“De acordo com laudo emitido pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO) a causa da morte foi Trombose Venosa Profunda”, diz a nota.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que foi assegurada toda assistência exigida pelo caso, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Itaqui-Bacanga.

Pelas informações passadas ao blog, teria ocorrido trombose profunda na panturrilha direita, infarto intestinal extenso (delgado e grosso), infarto pulmonar pequeno em lobos inferiores e tromboembolismo mesentérico e pulmonar. 

O relato de uma amiga enfermeira que acompanhou cirurgião-dentista no teste físico da PM

Em áudio distribuído em grupos de whatsapp, uma enfermeira, amiga do cirurgião-dentista Marcone, que morreu no teste de aptidão física da PM, diz que o acompanhou nessa etapa do concurso.

Ela diz que se comprometeu em acompanhá-lo porque ele não queria ninguém da família por medo de mexer com o emocional. A enfermeira disse que quando chegou ao local do teste, no Campus da UFMA, Marcone já estava na quarta volta. Ele fez o sinal que estava bem na prova.

“Na quinta volta, eu notei que ele estava demorando muito a chegar no cone dos 100 metros. São 5 voltas completas mais 100 metros. Ele caiu um pouco antes do cone e chegou a deitar. Eu gritei: vamos, Marcone, tá perto! Ele se arrastou e conseguiu passar pelo cone e caiu de novo. Eu dei a volta para ter acesso ao local. Quando cheguei, ele já estava na maca e a gente entrou na ambulância. Reclamei muito com o médico porque na ambulância não tinha um monitor e oxigênio. Na Upa, ele foi logo pra ala vermelha. Ele estava com as unhas e rosto roxos. Ele gritava de muita dor na perna e achava que ia explodir. Nesse momento saí porque não aguentei ver ele gritando. Depois que ele estabilizou, entrei e conversei com ele. Ele pedia água e disse que não queria mais. Até brinquei com ele: tu é doido? Passou por isso tudo e vem dizer que não quer mais?”, relata a enfermeira.

Por volta de 22h30, com a chegada da mãe e da esposa, ela diz que saiu da UPA e foi pra casa. Por volta de 1h10, a mãe dele informou que o quadro se agravou. Ela viu que ele estava com a perna muito inchada e muito pálido, sendo entubado pelos médicos. Marcone morreu por volta de 5h30 da manhã.

“A gente não sabe o real motivo do que aconteceu. Eu treinava com Marcone quase todo dia. Ele estava fazendo tudo direitinho. Não se queixava de nada. Os exames dele tudo ok. O que posso dizer pra vocês é que foi uma fatalidade. Eu estou muito triste”, conclui a amiga do cirurgião-dentista aos prantos.
GilbertoLima

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