O médico Paulo Roberto Penha Costa, de 44 anos, preso na madrugada desta quinta-feira (1º) acusado de omissão de socorro a um recém-nascido, foi encaminhado para a Unidade Regional Prisional de Pinheiro por não pagar uma fiança estipulada em 50 salários mínimos.
O recém-nascido acabou morrendo no pátio da Delegacia Regional de
Pinheiro, segundo os policiais que atenderam o caso e uma enfermeira que
aparece em um vídeo gravado pelos agentes. Ela relata que, por conta da
urgência, foi preciso encaminhar o bebê ao hospital mais próximo.
“A gente veio lá de São Bento. É uma criança que nasceu com
sofrimento fetal […] A gente estava na porta do Materno Infantil, aí
chegou a enfermeira. Veio de lá dizendo que o médico não podia atender
porque eles não estavam recebendo pacientes da cidade de São Bento, que a
filial era Viana. Só que o bebê está com quase nada de batimento […] O
SUS é universal, tem que atender”, diz a enfermeira, no vídeo.
Por
telefone, o coronel Vieira Aquino, comandante de polícia da região de
Pinheiro e cidades próximas, reforçou a versão dada pelos policiais que
atenderam a ocorrência.
“A
polícia foi acionada para averiguar uma situação que estava acontecendo
no hospital. Chegando lá, a ambulância de São Bento já estava com a
situação que o motorista e os enfermeiros informaram aos policiais”,
disse Aquino.
“A
guarnição foi conversar com o médico para saber por que ele não estava
querendo atender a criança. O médico disse que não ia atender porque o
caso era de outra cidade, que não podia, que não tinha como, mesmo tendo
conhecimento de que o caso era grave. O policiais, dentro da lei,
solicitaram a ele que os acompanhasse até a delegacia […] Ele disse que
não ia. Aí teve que ser usada a força necessária para poder fazer a
remoção dele”, continuou o coronel.
O
médico foi levado à delegacia de Pinheiro para prestar esclarecimentos
sobre a omissão de socorro e foi autuado por homicídio culposo.
O
delegado Carlos Renato disse que vai analisar imagens de câmeras de
segurança e um laudo do Instituto Médico Legal (IML) para descobrir se o
recém-nascido chegou morto ao hospital.
“Vamos
aguardar o laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML) para a
questão de prova técnica. Mandei o corpo para lá pela manhã. Acredito
que nos próximos dias nós tenhamos um laudo para atestar o momento da
morte, qual foi o horário da morte. Mas, pra mim, está muito claro. O
médico foi encontrado no quarto de descanso dele, ele não estava
atendendo outro caso. Ele estava dormindo”, declarou o delegado.
G1 MA
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