Para a ministra aposentada do STJ (Superior Tribunal de Justiça)
Eliana Calmon, os escândalos de corrupção da Lava Jato inevitavelmente
chegarão ao Judiciário: "no meu entendimento, a Lava Jato tomou uma
posição política. É minha opinião pessoal. Ou seja, pegou o Executivo, o
Legislativo e o poder econômico, preservando o Judiciário, para não
enfraquecer esse Poder. Entendo que a Lava Jato pegará o Judiciário, mas
só numa fase posterior, porque muita coisa virá à tona. Inclusive, essa
falta tem levado a muita corrupção mesmo. Tem muita coisa no meio do
caminho. Mas por uma questão estratégica, vão deixar para depois",
avalia; em 2011, ela foi alvo de duras críticas ao afirmar que havia
bandidos escondidos atrás da toga; "Do tempo em que eu fui corregedora
para cá, as coisas não melhoraram", diz ministra.
247 - "A Lava Jato pegará o Poder
Judiciário num segundo momento. O Judiciário está sendo preservado, como
estratégia para não enfraquecer a investigação", avalia Eliana Calmon,
ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça, ex-corregedora
nacional de Justiça. "Muita coisa virá à tona",relata.
As informações são de reportagem de Frederico Vasconcellos na Folha de S.Paulo.
"Ela foi alvo de duras críticas ao afirmar, em 2011, que
havia bandidos escondidos atrás da toga. "Do tempo em que eu fui
corregedora para cá, as coisas não melhoraram", diz.
Para a ministra, alegar que a Lava Jato criminaliza os
partidos e a atividade política é uma forma de inibir as investigações.
"Os políticos corruptos nunca temeram a Justiça e o Ministério Público. O
que eles temem é a opinião pública e a mídia", afirma.
No meu entendimento, a Lava Jato tomou uma posição política.
É minha opinião pessoal. Ou seja, pegou o Executivo, o Legislativo e o
poder econômico, preservando o Judiciário, para não enfraquecer esse
Poder. Entendo que a Lava Jato pegará o Judiciário, mas só numa fase
posterior, porque muita coisa virá à tona. Inclusive, essa falta tem
levado a muita corrupção mesmo. Tem muita coisa no meio do caminho. Mas
por uma questão estratégica, vão deixar para depois.
Acho que está correta. Do tempo em que eu fui corregedora
para cá, as coisas não melhoraram. Há aquela ideia de que não se deve
punir o Poder Judiciário. Nas entrevistas, Noronha [o atual corregedor
nacional, ministro João Otávio de Noronha] está mais preocupado em
blindar os juízes. Ele diz que é preciso dar mais autoridade aos juízes,
para que se sintam mais seguros. Caminha no sentido bem diferente do
que caminharam os demais corregedores", concluiu.
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