
Um jovem indígena de 21 anos pôde
escolher o que estudar após passar em dois cursos na Universidade
Federal do Tocantins (UFT). João Paulo Hakuwi Kuady é da etnia Karajá,
do Mato Grosso, e viveu uma história de superação, pois as aprovações
nos cursos superiores são frutos de muito esforço e dedicação. Durante a
preparação para os vestibulares, ele limpava banheiros para manter os
estudos após ganhar bolsa parcial em uma escola particular.
Aprovado nos cursos de jornalismo e
relações internacionais, através do sistema de cotas, Mairu fala sobre
as dificuldades enfrentadas antes e depois de ingressar na universidade.
"As pessoas imaginam que é fácil, mas não entendem que competimos de
acordo com a dificuldade e diferenças particulares de cada povo. Nós
aprendemos primeiro as nossas línguas maternas e só depois o português
que é muito difícil", explica.
Ele optou por cursar relações
internacionais. O rapaz conta que sempre teve o apoio da família. A avó
que dizia que ele deveria estudar 'como o homem branco'. "A sociedade
nos limita muito, achando que não podemos ir além dos cursos
tradicionais. Sou único indígena do curso na UFT e espero que outros
também possam ingressar", conta. Além de estudar, o jovem também é
convidado com frequência para compor mesas e dar palestras sobre a
cultura dos povos indígenas e as organizações sociais.
Mairu não é o único da etnia a passar na faculdade. Além dele, mais
cinco indígenas da família também fazem curso superior em universidades
de diferentes estados brasileiros. Entre os cursos estão direito,
nutrição e medicina.
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João Paulo Hakuwi Kuady (c) ao lado da família (Foto: Arquivo Pessoal) |
G1 TO
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