06 abril, 2017

Flávio Dino mantém programa similar ao Ciência sem Fronteiras, encerrado pelo governo Temer

 
Estudantes, professores e cientistas de ponta, como o neurocientista Miguel Nicolelis, lamentaram o fim do programa Ciência Sem Fronteiras, decretado pelo governo Michel Temer (PMDB) no último domingo (2). Enquanto a gestão Temer caminha na contramão do desenvolvimento democrático da ciência ao encerrar uma iniciativa que beneficiou mais de 70 mil estudantes de graduação, no Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB), anunciou via redes sociais o embarque de mais 70 alunos oriundos de escolas públicas para intercâmbio no exterior por meio do programa Cidadão do Mundo, que já está em sua 2ª edição.

Nesta edição do Cidadão do Mundo participarão jovens de 17 municípios maranhenses. Os selecionados irão embarcar no próximo sábado (8) para intercâmbio internacional na Argentina e no Canadá, com todas as despesas pagas pelo governo do Maranhão, onde, segundo o governo, passarão três meses aprendendo o idioma local e fortalecendo vínculos culturais.
 

Programas de intercâmbio como o Ciência sem Fronteiras beneficiaram essencialmente estudantes mais pobres. Criado durante o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT), cerca de 25% dos intercambistas do programa eram de famílias com renda mensal de até três salários mínimos e 90% estudavam em escolas públicas.

O Ciência sem Fronteiras representava ainda um importante passo no sentido de avançar as fronteiras em ciência, tecnologia e informação no Brasil. Países como a Coreia do Sul, China e Índia conseguiram, a partir da promoção de intercâmbios acadêmicos, alavancarem suas economias. Outro bom exemplo é o Programa Erasmus, que há três décadas promove intercâmbio profissional para graduandos entre universidades europeias. 


Segundo o governador Flávio Dino, o Cidadão do Mundo é essencial para dar oportunidades e igualdades de chances os estudantes maranhenses, e está entre os programas que tem como objetivo garantir a valorização da atividade educacional no Maranhão.

Para ele, o desenvolvimento da educação é um “consenso retórico”, muitas vezes lembrado apenas durante as campanhas eleitorais e geralmente esquecido pelos governantes eleitos.

Flávio Dino acredita que educação é um investimento de longo prazo e que rompe com a política de modo tradicional. “Você não inaugura as pessoas. E às vezes os Governos são medidos por isso [inaugurações]. Nós estamos construindo muitas obras físicas, escolas, hospitais, estradas, mas nós temos muito mais orgulho nas obras que mudam as pessoas”, pontuou o governador durante a cerimônia de pré-embarque dos alunos.

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