Não resta dúvida de que a
circulação de informação é um dos itens que mais traz benefícios e avanços
culturais a uma sociedade. No Brasil, sobre alguns temas existem informações em
excesso. O futebol é um exemplo, e por isso se consolidou a máxima de que temos
cento e oitenta milhões de técnicos. Já na educação e saúde a informação circula
em ambientes restritos a essas áreas ou não tem veiculação permanente.
Na seara penal, poderiam
ser informados constantemente de que o abandono de crianças pelos responsáveis
configura crime; que não colocar filhos na escola também é crime; que a
certidão de quitação eleitoral pode ser retirada pelo sítio www.tse.gov.br.
Essas informações poderiam ser aproveitadas para campanhas publicitárias de
conscientização. Quando se fala em propaganda, a proposta é pensada
conjuntamente (agência de publicidade e marketing da empresa – marca anunciada
e governos).
No campo da saúde,
informações precisas poderiam salvar vidas, com dicas de procedimentos
preventivos com relação à alimentação e higiene. Massificar a necessidade de
cuidados da criançada com os dentes; a realização dos exames do papanicolau e
de mamografia pelas mulheres, pelo menos uma vez ao ano. Para os homens há uma
necessidade urgente de intensificar que é preciso fazer o exame de próstata. O
câncer de próstata é um dos que mais matam no Brasil. Um diagnóstico no início
é a forma mais eficiente de cura.
Uma propaganda maciça, por
exemplo, poderia trazer uma grande parte dos homens a realizar exame de toque
retal. Faz parte da cultura de qualquer sociedade seguir ideias generalizadas, e
tomar atitudes primárias de acordo com a maioria. Muitos homens não se submetem
a esse exame por mero preconceito, por entender que fere sua masculinidade, por
timidez e por medo.
Trata-se de três equívocos
ingênuos. Nenhum heterossexual deixará de ser em virtude de uma dedada no ânus.
Homossexual, heterossexual, transformista, lésbica, qualquer pessoa sabe que
sua orientação independente de qualquer exame. A timidez poderia se justificar
não fosse o exame realizado num ambiente restrito ao profissional e paciente.
Ninguém presenciará. E quanto à existência da doença, é exatamente para
detectá-la a tempo de tratar que é a razão principal do exame. Que todas as
prefeituras, todas indistintamente, contratem ginecologistas e urologistas para
a realização dos exames. São escassas as cidades que possuem esses
profissionais, e onde existem são insuficientes. Esses exames têm que estar ao
alcance de todos e com mais facilidade.
Portanto, as
empresas ligadas à área de saúde devem começar já as suas propagandas
vinculadas a essas informações, de preferência com artistas, jogadores e outras
pessoas famosas, para evitar que, ainda hoje, o preconceito triunfe sobre a
vida.
Pedro Cardoso da Costa - Interlagos/SP
Bacharel em direito
"NÃO HÁ DEMOCRACIA ONDE O VOTO É OBRIGATÓRIO"
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