17 dezembro, 2013

Milhomem adverte sobre problema de demarcação de terras indígenas

O deputado Carlos Alberto Milhomem (PSD) ocupou a tribuna da Assembleia, na sessão desta terça-feira (17), para externar sua preocupação com o problema de demarcação de terras indígenas, no Maranhão e no Brasil, exposto pela revista Veja, em sua última edição semanal. “O campo começa a se armar para combater os desmandos do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e de antropólogos que querem retroagir este país a 1.500 anos”, advertiu.

Segundo o deputado, há estudos feitos por antropólogos que prejudicam os próprios índios, uma vez que estes não reivindicam, em sua grande maioria, modificação dos atuais limites das reservas. “O que é que está se querendo? Satisfazer a grupos internacionais? Por que nós vamos ressuscitar uma guerra que não existe mais? Por que a famigerada Fundação nacional do índio (Funai) insiste em trazer a cizânia, a discórdia”, questionou de forma contundente.

Milhomem citou casos, no Maranhão, de municípios nos quais existem áreas indígenas demarcadas como, por exemplo, Fernando Falcão, que querem ampliar para 75% do território; os municípios de Grajaú, Arame, Amarante, Sítio Novo, Montes Altos, onde querem também aumentar a área da reserva dos índios Krikatis, Urubus, Guajajaras e Canelas. “São milhares de famílias que podem ser prejudicadas como, por exemplo, na região do Amarante, no qual tem famílias que vivem naquela região há mais de 200 anos”.

De acordo com Milhomem, a proposta de ampliação das áreas indígenas é inexequível, falaciosa e impossível e vem sendo sustentada por um grupo de desocupados pago por ONGs internacionais e por grupos minoritários do Partido dos Trabalhadores (PT). “As terras ocupadas, hoje, no Maranhão, pelos índios, legitimamente registradas, bastam, bastam para os índios de hoje e os de amanhã viverem”, defendeu.

APARTES

O deputado Antônio Pereira (DEM), em aparte, declarou que a questão levantada pelo deputado Milhomem é um tema de preocupação nacional, que tem caráter insustentável, e tem o PT como um dos responsáveis. “Acredito que os indígenas precisam é de uma política produtiva de inclusão social, onde eles possam trabalhar, onde eles possam produzir, se inserir dentro da sociedade, fortalecer a educação e a questão da saúde”, argumentou.

“Se for da maneira como a Funai e o Ministério da Justiça querem, mais de 75% do território serão do povo indígena. Se não houver uma mudança de entendimento no Brasil nesse sentido, principalmente por parte das autoridades dominantes, teremos grandes e graves problemas, no Brasil”, alertou Antonio Pereira.

O presidente da Assembleia, deputado Arnaldo Melo (PMDB), reconheceu a gravidade do tema levantado pelo deputado Milhomem e sugeriu que ele apresentasse uma moção em nome da Casa, a qual assinaria, sobre a responsabilidade do Congresso Nacional para com a problemática da demarcação das áreas indígenas. “É preciso que o Congresso Nacional tome uma providência e faça as modificações que a lei exigir”, observou.

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