Quando o
brasileiro se depara com a permanência de problemas seculares sem solução
percebe que as manifestações de junho de 2013 deram um certificado de que eles
não são resolvidos por falta de cobrança da sociedade.
Bastaram três
meses para os ônibus andarem 50% mais rápidos na capital paulista em função da
criação de corredores. Esse fantástico milagre foi conseguido apenas com uma
faixa de tinta e placas de sinalização. Mas as medidas ficaram restritas às
áreas que dão visibilidade imediata. Nas demais áreas os problemas ainda
continuam.
Os
governadores, os prefeitos e o governo federal deveriam ter um sistema de ponto
eletrônico que alcançasse todos os seus servidores, ainda que subdivididos por
poderes, ministérios e secretarias, mas que convergisse para uma base central
de dados.
Esse
sistema só poderia permitir o registro da presença com vinculação obrigatória à
carga horária de cada um, para evitar que registrem a presença e sumam, como
faziam alguns médicos de hospital estadual em Sorocaba, interior de São Paulo.
Na
entrada dos pequenos órgãos deveria ser afixado um painel com a relação de
todos os seus funcionários. Quando o número de servidores não couber num
painel, deveriam ser disponibilizados numa relação na recepção ou na portaria
principal, com o período exato do expediente de todos. Seria mais útil do que a
disponibilização do Código de Defesa do Consumidor nos estabelecimentos
comerciais.
Controlar
com absoluto rigor pequenos objetos, os mais suscetíveis de apropriação
indevida. Trata-se aqui da pílula, do comprimido, da luva, da ampola, da caneta
e do papel sulfite levados, ou do livro xerocopiado, ou da impressão de um
trabalho escolar de um familiar. Como são mais de um milhão de servidores só no
governo federal, no final o volume de unidades isoladas transformam-se em
milhões.
Também
são comuns a utilização de carro oficial para serviços particulares, a
realização de trabalho particular para superiores hierárquicos durante o
expediente. Também é comum priorizar atendimento a parentes e amigos de
servidores, o que prejudica a prestação de serviço de melhor qualidade a todos.
O
cumprimento integral da jornada de trabalho e os demais controles são
perfeitamente aplicáveis na educação. Neste campo a atenção deveria ser maior,
pois toda vez que um aluno que passou anos na escola não souber distinguir um
"n" do "m" numa sílaba, seria de envergonhar qualquer
governador ou prefeito, pois, neste caso, a falha é muito mais da administração
pública do que do aluno.
Já na
segurança, pelo menos blitzs policiais deveriam ser realizadas de forma
intensa e permanente, de preferência em pontos diferentes das grandes cidades,
assim como nas rodovias e estradas. A não realização deixa a impressão de que
existe acordo de "livre comércio", ao menos tácito, entre o Estado e
as facções criminosas. No Brasil há mais assassinatos do que a soma de mortes
em todas as guerras pelo mundo e nem isso sensibiliza as autoridades a adotarem
medidas mais efetivas e contundentes. Essas medidas seriam o básico do básico
que eu faria, se fosse prefeito ou governador.
Pedro
Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bacharel em direito
"NÃO HÁ DEMOCRACIA ONDE O VOTO É OBRIGATÓRIO"
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