Morreu
na manhã deste domingo (10) a atriz Eva Todor, aos 98 anos. A causa da
morte foi pneumonia. A atriz será cremada, e o velório será realizado na
segunda-feira (11), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, segundo
familiares.
Com mais de 80 anos de
carreira no teatro e na TV, Eva recebeu diagnóstico de Mal de Parkinson
há alguns anos e vivia reclusa em sua casa, na Zona Sul do Rio. Seu
último trabalho na TV foi na novela “Salve Jorge”, de 2012.
Eva
estava em internação domiciliar (home care) desde o dia 9 de setembro
deste ano. Antes, a atriz havia sido internada na Casa de Saúde São
José, na Zona Sul do Rio. Ela era viúva e não tinha filhos.
Carreira
Antes
de ganhar as TVs do país, Eva Fódor Nolding brilhou no teatro nos anos
1930, quando começou a fazer sucesso no teatro. Nessa época adotou
Todor, uma versão aportuguesada de seu sobrenome.
A
atriz estreou no cinema na década de 60, em “Os Dois Ladrões”, de
Carlos Manga, quando atuou ao lado de Oscarito. No ano seguinte, foi
contratada pela TV Tupi.
Ao longo da
carreira, Eva Todor chegou a fazer papéis dramáticos, mas brilhou mesmo
nas comédias, gênero no qual se consagrou. Ela estreou na TV Globo em
1977, na novela Locomotivas, de Cassiano Gabus Mendes.
A
partir daí, o nome de Eva Todor passou a ser uma constante na
teledramaturgia. Ela fez Coração Alado (1980), Sétimo Sentido (1982), O
Outro (1987), Top Model (1989), Brava Gente, Malhação (1995), Hilda
Furacão (1998), O Cravo e a Rosa (2000), Sob Nova Direção, A Diarista
(2004), América (2005), Casos e Acasos (2008), Caminho das Índias (2009)
e Salve Jorge (2012).
Em depoimento ao site Memória Globo, a atriz fez um balanço extremamente positivo da própria carreira:
“Posso
ser vaidosa? Pretensiosa? Avalio minha carreira brilhante: longa, sem
tropeços, sem desastre, contínua, respeitada, com prestígio aqui e
além-mar“, disse.
“Estive
três vezes com a minha companhia, por conta própria, na Europa. Uma vez
eu fiz uma temporada em Lisboa de 11 meses. Levei minha companhia para a
África. Tudo o que eu tenho, conquistei com teatro e ajudada pela
televisão. Viajei há pouco tempo para a Argentina, e fui numa casa de
tango. Quando entrei, recebi uma salva de palmas – só tinha brasileiro”, continuou.
“Minha
vida foi tranquila, limpa, muito transparente em todos os sentidos.
Peço licença para ser pretensiosa, mas podem verificar, podem pesquisar,
e vão saber que estou falando a verdade”, destacou Eva.
Da Hungria para o Brasil
Eva
era húngara e nasceu em 9 de novembro de 1919. Sua mãe era designer de
moda e seu pai era comerciante de tecidos finos. Todos eram muito
ligados em arte e, por isso, matricularam a menina, ainda com 4 anos, na
Ópera Real da Hungria, onde ela aprendeu a dançar balé clássico.
A
família imigrou para o Brasil, fugindo das dificuldades pelas quais
passava a Europa pós-guerra. Aqui, Eva continuou as aulas de balé e aos 9
anos já havia se apresentado em espetáculo de dança solo, acompanhada
de um pianista, no Teatro Municipal de São Paulo.
Fonte: G1
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