Em Brasília, a Polícia Militar reprimiu com extrema violência
manifestação para protestar contra a confirmação do golpe; bombas de
efeito moral, gás de pimenta, prisões arbitrárias e espancamentos deram a
tônica da atuação policial na noite deste 31 de agosto; reportagem de
Renato Cortez, do Mídia NINJA
Os retrocessos previstos com a confirmação do golpe de estado tramado
por Michel Temer e seus adeptos começou. Na noite desta quarta-feira
31, em Brasília, a Polícia Militar reprimiu com violência e brutalidade a
manifestação organizada para protestar contra o resultado do julgamento
da presidenta Dilma Rousseff.
A caminhada começou ao lado do Ministério da Justiça - cujo titular,
Alexandre de Moraes, sugeriu investir mais em armamento do que em
educação para conter os problemas sociais do Brasil - rumo à Rodoviária
do Plano Piloto. Já no trajeto, a PM começou a violência gratuita. Como
se tivessem dando avisos, dispararam pequenos jatos de gás de pimenta nas
pessoas.
Chegando à Rodoviária, a violência policial explodiu. Gás de pimenta e
espancamento deram a tônica da atuação da PM numa demonstração
inequívoca de despreparo e incapacidade de lidar com a população. Entre
os agressores, estava o 'Capitão Bruno', que em 2013 agrediu
manifestantes "porque quis".
Várias pessoas passaram mal em função das bombas de efeito moral e
gás de pimenta lançados. Alguns sangravam. Prisões arbitrárias
terminaram de compor a participação da Polícia Militar. Profissionais da
imprensa que registravam a violência foram ameaçados pelos policiais,
numa grave afronta à liberdade de expressão e ao dispositivo
constitucional de levar informação à população brasileira.
No dia de sua posse, Michel Temer já mostrou a que veio: trazer de
volta o obscurantismo para a sociedade e a truculência no trato com
aqueles que se insurgem contra o golpe de estado consumado neste funesto
31 de agosto. Tempos sombrios despontam no horizonte. Entretanto, nossa
capacidade em resistir é maior do que o ódio social e a covardia de
Temer e sua turba. Manifestantes que estavam nas ruas hoje avisaram que
delas não sairão.
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