Trata-se
de um pedido de uma mulher síria, ao aproveitar uma rede de TV para apelar
desesperadamente ao mundo. Era pedido resignado, frio, sem esperança; apenas um
desabafo de uma pessoa agoniada, sob o jugo do poder e da falta de
racionalidade de uma guerra sobre a qual o planeta silencia.
Talvez
devido à oficialidade das guerras declaradas, a comoção seja maior sobre as
atrocidades praticadas na Síria, mas, no Brasil de paz, morre muito mais gente
assassinada por ano do que em qualquer guerra. A gente fala da nossa tragédia
cotidiana noutra oportunidade.
Os
Estados, como instituições de organização social, são defendidos ou aceitos por
todos como uma necessidade indissociável da moderna convivência da humanidade.
Nem se vislumbra mais outra forma de organização de pessoas, pois, na
esmagadora maioria, são os dirigentes desses Estados os responsáveis pela
provocação e pelo surgimento desses conflitos mundiais.
Após
iniciadas as batalhas sangrentas, os governos envolvidos conseguem incutir uma
lavagem cerebral no inconsciente coletivo, em alguns casos raros, conseguem até
apoio popular.
Os
responsáveis pela decretação dessas guerras nunca vão para o front. Obrigam
pessoas indefesas a se matarem sem nenhuma divergência ou causa pessoal entre
elas. Muitos desses guerreiros morrem internamente antes de matar outros.
Uma
guerra só poderia ser justificada para salvar vidas de inocentes noutra. Agora,
uma se faz necessária para defender o povo sírio. As grandes potências mundiais
não podem ficar apenas no discurso. Precisam agir ao menos para amenizar o
sofrimento daquele povo com comida, água, e remédios.
Todo
mundo precisa viver em paz e segurança nos seus países. As outras nações não
têm espaço, nem condições econômicas para sustentar milhões de refugiados com
dignidade. Para exemplificar aos críticos: imagine-se uma pessoa de uma família
grande do Nordeste que resida em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Ela poderia
trazer um, dois ou até alguns para sua casa, mas não teria condições de abrigar
dezenas de pessoas, mesmo que quisesse.
As
Nações Unidas deveria criar regra de exceção para suspender automaticamente a
soberania de países em guerra.
As
pessoas famosas deveria realizar um movimento de repúdio às guerras com atuação
permanente. Por enquanto, a defesa do povo sírio não passa de palavras, seja
das potências mundiais, seja dos famosos ou das pessoas comuns. Esse povo não
tem como se defender sozinho. O mundo precisa dar um basta a este extermínio
humano. Já disseram que o omisso está do lado do opressor. Sob nenhum aspecto
uma guerra traz ou deixa algo positivo como consequência.
Bacharel em direito
Pedro Cardoso da Costa é colaborador do blog Barradocordanews.com
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