Jornal Pequeno
– O site teve acesso à íntegra do depoimento do policial militar
Carlos Eduardo Nunes, que está preso e confessou ter assassinado a
tiros, no último sábado, 25, a esposa Bruna Lícia e o jovem Willian
Santos, ao flagrar os dois na cama em seu quarto, no Condomínio Pacífico
I, no bairro Vicente Fialho, em São Luís.
No depoimento, o soldado revela que houve luta entre eles antes dos
disparos fatais, e confirma, também, uma terceira pessoa no local do
duplo crime.
Ao ser inquirido depois de se entregar à polícia, o PM afirmou que
mantinha união estável com Lícia há dois anos, sem filhos, e que a
relação estava caminhando para o fim. Os dois já haviam conversado sobre
a separação, com a vítima já decidida a sair de casa.
Em um trecho do depoimento, o PM Carlos Eduardo Nunes afirmou que a
separação estava ocorrendo de maneira pacífica, e que Bruna ainda estava
no apartamento enquanto arranjava outro lugar para morar.
No dia do crime, Carlos Eduardo saiu para trabalhar por volta das 06h20,
em seu veículo FOX, e deixou ainda esposa sozinha no apartamento. Ela
teria dito que não iria trabalhar naquele sábado. Antes das 14h, o PM
saiu do quartel e iria para o almoço de aniversário do pai, mas resolveu
passar antes no apartamento a fim de trocar de roupa. Ao entrar,
percebeu a presença de um rapaz na sala, identificado como Lucas, que
trabalhava com Bruna Lícia e Willian.
Segundo depoimento, Carlos Eduardo ficou insatisfeito, pois não gostava
de receber visitas enquanto ele não estivesse em casa. Foi então que se
dirigiu ao quarto, deparou com a porta fechada, mas não travada, e
imaginou que a companheira estivesse trocando de roupa. Aí entrar,
flagrou Willian e Bruna, nus, na cama.
Atônito dentro do quarto, Carlos Eduardo declarou que os dois partiram
em sua direção e puxaram seu colete, iniciando-se, então, uma briga
generalizada dentro do quarto, segundo o acusado.
O PM declarou ainda que escorregou durante a briga, tendo nesse momento
sacado a pistola .40 que estava no coldre na sua coxa direita. Carlos
Eduardo efetuou os disparos, mas afirma que não se lembra em quem atirou
primeiro. As vítimas estavam de pé quando foram baleadas, conforme
depoimento.
Após perceber que tinha executado a companheira e o suposto amante, o PM
Carlos Eduardo afirmou que ficou sentado chorando, pensando em se
matar, mas lembrou da família e resistiu em cometer o ato. Enquanto
isso, ao lado de fora do apartamento, policiais militares já estavam em
movimentação para tentar a rendição de Carlos Eduardo, que se negou a se
entregar, exigindo a presença de um tio, Alberto Luís, e de um primo
que é advogado, só se entregando após a chegada dos dois.
PM foi levado em uma viatura para a Delegacia de Homicídios e afirmou
que não recebeu nenhum tipo de telefonema avisando sobre a traição da
mulher, nem desconfiava de tal possibilidade. Estava com a mão lesionada
devido à luta no interior do apartamento, mas não soube precisar em que
circunstância ocorreu a lesão.
O PM Carlos Eduardo Nunes finalizou o depoimento afirmando que nunca
chegou a desconfiar do envolvimento de Bruna com Willian Santos, e que
nunca havia cometido um ato daquela natureza, nem possuía nenhum tipo de
processo. Disse, também, que, mesmo já praticamente separado da mulher,
não suportou vê-la com outro homem em sua própria cama.
Carlos Eduardo Nunes foi indiciado pelos crimes de feminicídio e homicídio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário